- 07 de abril de 2019

VIPPES de 60 querem estudar!

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Os VIPPES de 60 anos em diante não tiveram as mesmas oportunidades de estudo das duas últimas gerações. Como se sentem em relação a essa deficiência? O que gostariam de fazer para compensar?

vippes de 60 querem estudarEste artigo não pretende dar a solução para um dos grandes problemas que se observa na população idosa de hoje, mas fornecer alguma informação útil para os agentes que podem fazer algo concreto.

O Brasil tem visto crescer o volume de trabalhadores no setor de Serviços. Em parte esse crescimento deveu-se ao aumento da população em geral. Agora o País inicia um processo de redução drástica nas taxas de crescimento demográfico e a estrutura etária começa a se alterar para o envelhecimento nas próximas quatro décadas, pelo menos.

Como ficaria então o setor de Serviços em razão dessa mudança significativa?

Este setor é talvez aquele que mais vai se movimentar em toda a economia brasileira. As novas características dos habitantes com mais idade exigirão uma reformulação do atendimento pessoal em todas as áreas de atividade. Um dos aspectos que se poderá notar é que as novas gerações apresentam um nível educacional mais elevado e suas necessidades, quando se tornarem idosos, será diferente dos idosos das gerações anteriores.

Como estamos abordando a situação destes últimos, vamos verificar o resultado da pesquisa sobre o perfil dos idosos realizada pelo SESC (www.sescsp.org.br)  e Fundação Perseu Abramo (novo.fpabramo.org.br)  em 2006, que pode ajudar a entender essa turma experiente.

A pergunta formulada para os idosos foi:

“Se pudesse decidir livremente, sem se preocupar com qualquer problema, gostaria de fazer ou participar de algum curso? Se sim, que cursos gostaria de fazer? O que mais gostaria de aprender?”

Quarenta e quatro por cento (44%) dos entrevistados informaram que gostariam de participar de cursos e aprendizados. Segue a tabela de identificação dos temas desejados (coluna 1), o resultado em porcentual da amostra pesquisada (coluna 2) e uma projeção livre da pesquisa (coluna 3) para o universo real dos idosos de 60 anos em diante (IBGE: www.ibge.gov.br  – Projeção da População do Brasil por Sexo e Idade – 1980/2050 – Revisão 2008)

 

       Gostariam de estudar      % de respondentes Projeção livre para os

19.282.049 idosos(IBGE)

Continuar o ensino formal

7

1.349.743

Tricô/crochê/bordado

7

1.349.743

Informática/computação

6

1.156.923

Alfabetização/ler e escrever

6

1.156.923

Corte e costura

4

771.282

Culinária

4

771.282

Curso superior

3

578.461

Pintura

3

578.461

Manutenção eletr/hidraul/alven

2

385.655

Dança

2

385.655

Música piano/violão

1

192.820

Mecânica

1

192.820

Marcenaria

1

192.820

Enfermagem

1

192.820

Artesanato

1

192.820

 

Podemos verificar que os idosos considerados “ultrapassados, deprimidos, cansados, desmotivados, etc.” informaram que gostariam de estudar e especificaram os temas desejados.

Quem quiser movimentar a máquina da satisfação das necessidades terá muito trabalho pela frente. Se imaginarmos os idosos acima divididos em grupos de 20 indivíduos de sexo misto para frequentarem aulas dos temas de interesse, seriam precisos 472 mil professores para atendê-los. Aí está um dos grandes mercados potenciais para a educação de pessoas que até algum tempo atrás estavam destinadas a terminar a vida em asilos. E os professores para estes idosos precisariam de uma didática especial sob orientação de pessoal competente e adequado.

Os dados acima se referem às pessoas de 60 anos em diante. Para os VIPPES em geral, pessoas de 50 anos em diante, os números crescem ainda mais. Um detalhe interessante ainda a destacar na tabela acima é o nível de interesse pelo aprendizado da informática/computação. Para uma classe que não viveu a era da informática e, menos ainda da Internet, mais de um milhão de idosos provavelmente gostaria de entrar nessa área do conhecimento prático.

É evidente que o planejamento para execução desse novo Serviço tem que ser bem realizado. Muitas outras informações já existem e outras tantas necessitam ser levantadas. Mas aí já é mais outro mercado de serviços a avaliar.

Os mercados estão aí. É só embarcar neles e faturar muito!

Germano Hansen Jr.

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