- 07 de abril de 2019

Polícia Etária

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Nos últimos dias de 2013 a polícia de São Paulo prendeu um casal “especializado” em auxiliar VIPPES. Mais um dos golpes que se proliferam contra VIPPES em todo o País. O que fazer?

policia_etariaO casal foi preso quando postava 394 cartas para aposentados com informação e orientação para receberem significativas importâncias em razão de ações judiciais contra a Previdência. Mediante uma taxa antecipada poderiam receber imediatamente o valor total. Que, naturalmente era uma deslavada mentira.

Entretanto, o golpe funciona e várias famílias “desavisadas” acabam conseguindo empréstimos e com “vaquinha” de amigos depositam a “taxa” na conta indicada.

Da mesma forma que essa variante, em todo o país se sucede os assaltos sem armas e sem violência.

Muito se escreve e se comenta sobre a violência contra idosos. Surras, maus tratos, encarceramento domiciliar, privação de alimentos e remédios e outros crimes inclusive sexuais são registrados em estatísticas e servem de plataforma para muitos políticos.

E o que fazer com os milhares (milhões?) de golpes “administrativos” contra os VIPPES?

Provavelmente o número de casos dessa característica deve superar em muito os de violência, mas, ao contrário desta, não há políticas ou providências na esfera policial para combater e assim evitar ou reduzir os mesmos.

É preciso que se criem unidades especiais na esfera policial em todo o País para evitar esse tipo específico de golpes contra VIPPES porque como crescem em ritmo veloz, os bandidos já perceberam que lesá-los vai se tornar o maior “arrastão pacífico” deste século.

Não seria nada mal ter uma “polícia etária” especializada em VIPPES.

Deveria ser uma unidade com profissionais competentes e conhecedores do perfil dos VIPPES dos vários grupos etários em suas classes socioeconômicas. Avaliações de como recebem, como pagam suas contas, auxiliares que os ajudam, onde compram, onde oram, onde realizam suas atividades obrigatórias ou não teriam que cadastradas.

Essa polícia especializada inibiria os aproveitadores e no mínimo haveria uma redução sensível no número de casos.

Uma medida que talvez pudesse acelerar a formação desse núcleo policial que deverá ter uma movimentação cada vez maior seria utilizar as bases que já se especializaram na violência contra os idosos, transformando-as em polícia etária.

Não adianta pensar que a polícia comum, normal, daria conta do problema. Essa polícia já não consegue combater o crime organizado que atua contra a sociedade em geral e cujos métodos de operação exigem também reciprocidade de mesmo nível. A polícia etária não precisaria trabalhar com armas, viaturas, legistas, rabecões e toda a parafernália própria da polícia comum.

Os golpistas contra VIPPES são malandros normalmente educados, com boa formação educacional, donos de boa conversa, alérgicos à violência e competentes para fazerem ótimos relacionamentos. É preciso uma polícia mais inteligente que eles para vencê-los.

A polícia etária não é uma sugestão exótica, pois os novos um milhão e meio de VIPPES a cada ano irão se somar aos mais de 43 milhões já em ação. A polícia etária deverá inexoravelmente se transformar na maior de todas as unidades policiais dentro dos próximos quarenta e poucos anos. Não há como evitar.

Torquato Morelli

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