- 07 de abril de 2019

Delivery etário

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A entrega em residências funciona para flores e sorvetes a refrigeradores e aparelhos de grande porte. Mas o que dizer dos diretores, administradores, entregadores e atendentes das empresas em relação aos VIPPES?

go fastQuanto aos produtos disponíveis, via delivery, efetivamente cresce a cada dia a diversificação. E também já há concorrência em alguns setores onde antes apenas uma ou duas empresas selecionavam áreas de  maior interesse.

Mas há um lado que preocupa: a qualidade do pessoal que faz parte da rede que executa a venda e a entrega dos produtos.

Se o alvo de uma empresa for um adolescente, um adulto jovem ou mesmo uma pessoa de meia-idade, ela utiliza um esquema que não se preocupa com problemas do pós-venda.

Clientes nessas faixas de idade são mais tolerantes em relação a atendimentos inadequados.

Entretanto, se a empresa, quiser manter ou aumentar continuamente as suas vendas, terá que incluir os VIPPES forçosamente no leque de principais clientes potenciais e atender as suas características de compra. Não há como colocar de lado um grupo etário que cresce mais que todos os outros.

Muitos sites que oferecem produtos interessantes pelo sistema delivery parece conhecerem pouco sobre os VIPPES e assim perdem oportunidades incríveis de negócios. Passamos por uma experiência curiosa: compramos uma oferta de flores em um sistema delivery. VIPPES comprando flores para VIPPES. Selecionamos a flor mais “charmosa” do catálogo com um preço bem razoável e até abaixo da média do portfólio e pagamos conforme as instruções. O destinatário recebeu as flores e agradeceu retribuindo o presente no mesmo sistema, usando a mesma empresa e a mesma oferta que recebera.

Qual não foi a nossa surpresa quando recebemos a encomenda similar aquela que compramos, porém, totalmente diferente da imagem no portfólio. As flores eram horríveis, feias, um monte de galhinhos secos com meia dúzia de pétalas desanimadas.

O destinatário, grande amizade de décadas, usou de elegância para nos mostrar o quanto fomos enganados na compra. Foi inteligente, preciso, competente e diplomata.

Após a decepção, resolvemos solicitar uma nova remessa das mesmas flores e dessa vez para o nosso endereço.

Não deu outra! Mais horríveis ainda do que as anteriores.

Ligamos para a empresa “a melhor da Internet” e explicamos a decepção. Informaram que enviariam novas flores para substituir a “horrível”. Dois dias depois recebemos novamente a entrega das flores. Similar em tudo: horríveis também. Fotografamos as flores das duas entregas ao lado da tela das flores no site da empresa e concluímos que nunca mais poderemos acreditar em site de flores.

Dias depois, em outra famosa empresa de grande porte e imagem nacional, compramos um aparelho eletrônico que só poderia ser adquirido, via Internet, pois não estava disponível em suas centenas de lojas. Pagamos e recebemos o aparelho eletrônico em um pacote que parecia ter sido encontrado nas Philipinas depois da passagem do tufão Hayan: amassado, rasgado, semiaberto.

Ainda acreditando no delivery, compramos um produto cosmético em um estabelecimento com um sistema de entrega e recebimento do pagamento no ato da mesma. No dia previsto a portaria do edifício em que moramos nos telefonou e informou que um motoboy estranho, todo tatuado e parecendo perigoso queria entregar um pacote. Descemos para pegar e quase voltamos para dentro: o Nicolas Cage do filme “Motoqueiro Fantasma” era menos assustador.

Em menos de um mês, três experiências tristes com serviço de delivery. Nós estamos habituados com novidades, com Internet, com novas formas de negócios. A maioria dos VIPPES não está. Nós estamos desejando que os serviços de delivery sejam organizados e administrados por profissionais competentes e sérios mas que precisam conhecer melhor o público alvo e principalmente os VIPPES que não aceitam serem enganados.

F. Aristóteles Filho

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