Quem vai a um restaurante quer comer bem. Também bares podem servir pratos rápidos e petiscos inigualáveis. Matar a fome e a vontade de comer bem dos VIPPES é o mapa da mina de ouro deste século.
É raríssimo o fracasso de estabelecimentos que servem alimentos. O ser humano precisa comer para viver e aqueles que entram em empreendimentos que atendem a essa necessidade só terão a preocupação de registrar os lucros.
Em que os VIPPES se diferenciam da população em geral na questão alimentar? Será que a palavra “diferenciar” é adequada? Milhares de obras sobre culinária são publicadas todos os anos. É quase impossível catalogar as principais, pois boa parte delas é excelente.
Entretanto, nenhuma é especificamente direcionada para os VIPPES. Algumas mencionam receitas dietéticas; outras informam sobre a utilização de componentes isentos de danos à saúde. O mesmo acontece nos cardápios dos restaurantes.
Naturalmente os estabelecimentos que se classificam como vegetarianos divulgam a natureza mais “saudável” dessa cozinha específica, deixando a suposição de mais indicada também para os VIPPES.
Evidentemente, restaurantes vegetarianos atendem melhor muitas das exigências recomendadas para o pessoal de mais idade, mas não preenchem o conjunto adequado.
Os restaurantes não vegetarianos podem preencher as expectativas e necessidades dos VIPPES tanto quanto quaisquer outros com cozinha diferenciada. O que vai influir na satisfação completa dos VIPPES é a qualidade culinária aliada ao sentimento de não estar prejudicando a saúde.
Carnes, peixes, massas, doces e quaisquer outros pratos que provocam água na boca podem fazer parte de uma boa mesa VIPPES. Exemplo: um “strogonof” pode ser feito com filé-mignon (ou patinho) e creme vegetal. Será mais adequado para os VIPPES do que alcatra, picanha, ou coxão-mole e creme de leite de vaca. A batata frita pode ser trocada pela assada ou “sauté” e a quantidade de arroz, menor. O prato “substituto” é melhor para os VIPPES porque utiliza carnes mais magras e creme vegetal menos gorduroso que o leite de vaca. E também menos carboidratos e gorduras saturadas da fritura.
VIPPES podem apresentar problemas de hipertensão, obesidade, obstrução das coronárias, redução de enzimas digestivas para gorduras e outras insuficiências que são normais para a idade. Um restaurante que queira se tornar referência, em cada município, para o novo e enorme mercado alimentar dos VIPPES, deverá conhecer detalhadamente o perfil dos VIPPES.
Todas as receitas tradicionais podem receber uma “atualização” e se tornarem “linhas de frente” nos cardápios. Estes poderão também se tornar um portfólio motivador para a “nova” culinária que atenderá MILHÕES de comensais.
É sempre bom lembrar que os VIPPES, hoje, 2014, já são 21% do total da população. As crianças até 14 anos são 24%. Assim, a decisão de entrar em um restaurante para comer bem dependerá de quatro adultos, sendo que um deles será forçosamente um VIPPES (de 50 anos em diante). Em 2020 (daqui a pouco mais de 5 anos), as crianças até 14 anos serão 21% apenas e os VIPPES 25%, ou seja, em cada três adultos, um será um VIPPES.
Repensar a economia, a sociedade e a culinária sob o ângulo do envelhecimento populacional não será opção, mas necessidade imperiosa para os VIPPES e para os negócios alimentares.
Bom apetite!
Marilza M. Sanctis