- 05 de abril de 2019

Supermercados & VIPPES

0

 

Uma boa convivência pode ser estabelecida entre os supermercados e as pessoas de 50 anos em diante. Nos Estados Unidos e na Europa as pesquisas de mercado continuam a avaliar como atender melhor essa classe etária. Woman Pushing Shopping CartEm todos os supermercados, parte dos produtos expostos à venda fica em prateleiras rentes ao piso, quase no chão. De um lado o supermercado quer e precisa vender todos os seus produtos. Do outro lado, os consumidores precisam enxergar o produto, verificar o preço, saber a validade e pegar as embalagens que desejarem ou precisarem.

Na prática essa equação muito simples não é resolvida.

Muitos produtos de largo uso ficam estocados em prateleiras ao rés do chão e até para pessoas ainda não pertencentes ao mundo dos VIPPES, torna-se problemático conseguir ver, conferir o preço, pegar os produtos…

VIPPES possuem algumas dificuldades naturais, comuns para as pessoas de 50 anos em diante: deficiência visual, desgaste de cartilagem (principalmente nos joelhos), artrite, artrose, dores lombares, labirintite, reumatismo e algumas dificuldades causadas por medicamentos. Naturalmente, algumas apresentam apenas um dos problemas e, outras, podem somar um conjunto deles.

É verdade também que mais idade combina com mais deficiências. Mas o mais importante de tudo é que com deficiências leves ou pronunciadas, os VIPPES são formidáveis consumidores e estão em ainda mais espantosa expansão quantitativa. E o volume maior também se refletirá cada vez mais nas condições aquisitivas de todos os bens e serviços disponíveis no mercado.

Como o impossível não pode ser realizado, boa parte dos VIPPES não consegue realizar compras nos supermercados em razão da falta de visão (que ironia!) dos administradores dessas fundamentais distribuidoras.

Senhoras e senhores com algumas deficiências funcionais não vão se arriscar a baixarem ao chão para enxergarem, avaliarem e pegarem produtos. Não vão correr o risco de uma queda ou de não conseguirem se levantar, ou ainda, de precisarem pedir ajuda de estranhos para poderem abrir mão da autonomia tão importante para reforço da personalidade.

Os supermercados poderiam questionar sobre o que fazer com o espaço mais baixo nas prateleiras.

Não pretendemos aqui resolver a questão. Nem sempre é possível resolver todas as questões que se apresentam, mas muito pode ser feito se houver uma análise positiva. O Marketing pode ajudar definindo produtos prioritários para as prateleiras mais confortáveis para todos e, principalmente para os VIPPES, não porque sejam idosos mas sim porque são formidáveis consumidores.

Produtos de pouca saída podem ficar lá embaixo. Produtos com embalagens delicadas podem ficar nas prateleiras baixas para evitar maiores acidentes. Os preços podem ser apresentados com dois padrões de tamanho, um normal para as prateleiras superiores e outro maior para as próximas do piso.

Há especialistas mercadológicos que poderiam estabelecer projetos dinâmicos para acelerar vendas combinadas com um atendimento primoroso. O fator de maior valor a ser considerado é a identificação da importância da classe etária dos VIPPES. No final das contas é a fabulosa capacidade de compra desse pessoal que vai dar os parâmetros para a comercialização inteligente a ser praticada pelos supermercadistas.

Germano Hansen Jr.

Compartilhe.

Leave A Reply