- 07 de abril de 2019

Praça dos VIPPES

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Houve uma época em que as praças públicas contavam com um coreto. Ali se apresentavam bandas, poetas, políticos e artistas. Gratuitamente para todos os públicos.
Mas o mundo muda.

praca_dos_vippesAtualmente a vida de relação acontece principalmente nos Shoppings. Pessoas de todos os níveis sociais, etários e culturais encontram no ambiente desses mega-centros de compras, o local seguro para passeios descontraídos.

Há um inconveniente, porém: acesso para VIPPES.

Não é nos estacionamentos de modo geral. Em alguns shoppings há o serviço de manobristas mediante pagamento.

Na maioria dos shoppings o número de vagas para idosos segue a lei palavra por palavra. Essa medida burocrática está completamente fora da realidade social. A participação de VIPPES no volume de compras supera em muito o número de vagas à disposição deles. Esse é um problema que os profissionais de marketing que fazem assessoria para os shoppings terão de resolver, queiram ou não.

O real inconveniente é a ausência de bancos, cadeiras, sofás e qualquer coisa onde dê para sentar. Parte dos VIPPES precisa de um “pit stop” a partir de certo tempo de “shopping”.

Comerciantes e consultores banem os bancos, cadeiras e similares para forçar a circulação ininterrupta sob alegação de segurança (em parte real).

Mas e os usuários que não conseguem manter o mesmo ritmo de andar e querem continuar tentando comprar, comer, divertir-se e enfim aproveitar a ida ao shopping para “fazer uma porção de coisas” como muitos declaram?

Alguns shoppings para classes de maior renda já instalaram espaços de “lazer” onde os VIPPES podem ficar à vontade em agradáveis poltronas e cadeiras estofadas. Mas a grande maioria não dispõem de nenhum espaço para “criar” uma Praça de VIPPES ainda que sem coreto.

Se o shopping decide colocar uma praça e denominá-la de Praças dos VIPPES, vai atender a um público fiel, que gasta e que não quererá apenas ficar sentado vendo o tempo passar.

Todos os shoppings deveriam suas “praças dos VIPPES”. Além de ser uma proveitosa e rentável providência de caráter social, essa decisão levará mais consumidores para o estabelecimento. Mesmo as famílias que deixam de levar um familiar de mais idade ao shopping porque sabem que ele não aguentaria andar muito, mudariam o modo de pensar porque poderiam até deixar o VIPPES descansando na praça enquanto fariam compras.

Por outro lado, quando os shoppings tiverem operando com essas “Praças dos VIPPES”, as lojas que nele estão instaladas poderão criar campanhas promocionais para eles. Atualmente se algumas empresas quiserem dar atendimento especial para os VIPPES, estarão enfrentando uma logística perversa que dificulta a ida deles para o shopping.

Há trinta anos teria sido uma atitude precipitada, mas agora com mais de quarenta e três milhões de VIPPES e com tendência consolidada de crescimento contínuo, não há mais motivo para atualizar a logística de atendimento ao público.

Naturalmente cada shopping faria de suas “Praças dos VIPPES” um espaço atraente, além das cadeiras e poltronas. Recitais, desfiles de moda, degustações, descrição de programas especiais para VIPPES e outros truques de mercado poderiam movimentar ainda mais as vendas e negócios.

O espaço VIPPES em cada shopping pode ser uma nova fonte de receitas e inovação em um setor que não pode desconhecer a nova realidade etária.

F. Aristóteles Filho

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