Mudar os móveis em uma residência parece ser tarefa normal para uma família comum. Deixa de ser tão simples quando se trata de VIPPES. Problemas de coluna, osteoporose, insuficiência muscular e outras deficiências próprias da idade, tornam a mudança, substituição ou nova disposição de móveis um desafio quase sempre proibitivo. Para VIPPES de idade ainda mais avançada, os parentes próximos que poderiam ajudar, também estão em faixa de idade com os mesmos problemas, ainda que menos pronunciados.
Manter empregados domésticos é cada vez mais complicado e os cuidadores, se existentes, serão também VIPPES com algum tipo de deficiência.
O que fazer?
Entra aí um tipo de serviço para o lar que ainda não existe de forma planejada e comercial: pessoal habilitado para executar as operações nas residências, incluindo a movimentação de móveis. Os resultados das pesquisas feitas em domicílios revela que no mínimo 30% dos VIPPES vivem sozinhos. Hoje isso representa mais de 13 milhões de pessoas adultas de mais de 50 anos. E serão mais de 17 milhões em 2020 e passarão de 30 milhões em 2060.
Outro serviço absolutamente necessário será o de adaptação das moradias à nova situação de idade dos VIPPES. E aqui reside outra oportunidade muito interessante: os VIPPES mudam de condições físicas a cada dez anos em média. Um VIPPES de cinquenta e poucos anos pode apresentar alguma deficiência; depois dos setenta surgem outras. Aos oitenta a situação se complica mais um pouco e passando dos noventa a imobilidade começa a se acentuar. De acordo com a evolução das condições de mobilidade e de saúde em geral, as adaptações deverão ser efetivadas para manter a qualidade de vida ativa e digna.
As adaptações envolvem várias espécies de serviços e respectivos produtos – reforma no imóvel – casa ou apartamento podem apresentar necessidade de eliminação de escadas ou degraus, suportes de apoio nas paredes de salas, corredores, quartos, cozinha e banheiros, novos tipos de interruptores e tomadas elétricas, mudanças nos chuveiros, aumento dos vãos nas portas para passagem de cadeiras de rodas, andadores ou outros recursos de locomoção. Muito real a probabilidade de alteração na planta para inclusão de acomodações para cuidadores.
Importante ressaltar que um dos pontos cruciais é o banheiro, onde se registra o maior número de quedas de VIPPES (e até de não VIPPES). Sozinho ou com ajuda, o banho se torna uma aventura perigosa e desconfortável. Muitos banheiros precisam ser refeitos totalmente.
Janelas, persianas e venezianas são outros pontos que exigem alterações com o objetivo de tornar mais simples e fácil a operação de abrir e fechar para aqueles VIPPES que apresentam dificuldades operacionais.
– reforma em móveis e equipamentos eletrodomésticos – armários, poltronas, cadeiras e mobiliário em geral, bem como aparelhos eletrônicos como televisão, aquecedores, precisam ser facilitados para o manuseio. VIPPES podem apresentar dificuldades para apanhar ou movimentar aparelhos, materiais ou qualquer coisa acima da linha da cabeça. Escadas se tornam proibitivas.
– locomoção e compras – como todas as pessoas, VIPPES dependem de fornecedores de alimentos em natura (pão, carne, hortifrúti, doces), bebidas, medicamentos, comida pronta. Também entra nessa área o serviço de tinturaria, passadoria, corte de cabelo, etc.
Parte dos VIPPES não consegue realizar sozinha nada do que está anotado acima.
Alguém precisa fazer por eles.
E VIPPES vão a médicos, teatros, bancos, programas culturais diversos, visitas, templos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, parentes, etc. Alguém tem de levá-los. Em parte dos casos, a locomoção se estende para fora da cidade, do Estado ou mesmo do País.
Os casos acima são apenas uma parte do que já é preciso para conseguir dar um padrão adequado para que os VIPPES possam se manter produtivos e saudáveis. Quando não representavam mais que 5% da população, no último quarto do século passado, os custos para implantar serviços para VIPPES não pareciam obter bom retorno em volume e no tempo. Agora, os VIPPES crescem como cogumelos após a chuva e os custos devem cair. E os negócios aumentarem, continuamente.
G. Hansen Jr.
