- 07 de abril de 2019

VIPPES endinheirados

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É comum a notícia que registra o encontro de enormes contas bancárias em nome de VIPPES que morreram sem deixar herdeiros. Em vários casos, essas contas podem ser as maiores nas agências.

vippes endinheiradosEm um mundo em que as pessoas de cinquenta anos em diante não alcançavam 10% da população, a importância desses clientes não necessitava de maiores esforços. No Brasil, com uma velocidade do envelhecimento populacional só ultrapassada pela Colômbia (com ¼ da população brasileira), os bancos terão que repensar a importância dos seus clientes VIPPES. Eles serão mesmo VIPs com qualquer nome que se queira dar para aqueles que determinam o ritmo das finanças.

Uma primeira constatação é que os VIPPES se aposentarão mais tarde porque serão mão de obra valiosa em todas as atividades. Aqui,  já vai haver um crescimento de sua participação no volume disponível de moeda. A segunda característica é que o seu volume de membros produtivos aumentará muito mais do que todas as demais classes de trabalhadores. Com isso, mais um acréscimo significativo na posse efetiva de dinheiro.

O terceiro registro mostra que os novos VIPPES terão mais capital de investimento disponível porque não precisarão usar da economia previdenciária tão cedo como se fez até agora.

Quando se aposentavam com cinquenta anos em média, já utilizavam os recursos capitalizados para poderem manter o padrão de vida. Isso não acontecerá mais porque poderão “esticar” por mais dez a quinze anos o tempo de trabalho e, assim, capitalizarem mais esse tempo para formar a economia pós-fase laborativa. Não é
preciso ser muito matemático para se ter a ideia do que vale todo esse capital que começa a ser acrescido já neste início de década.

O Portal VIPPES Negócios estará verificando junto às instituições financeiras públicas e privadas quais são os projetos para um aprimoramento significativo nos serviços para VIPPES, nos anos vindouros,  a fim de garantir o aproveitamento do novo e imenso capital que ficará disponível no mundo dos negócios.

Naturalmente há muitas dificuldades para se superar porque é necessário mudar o foco do atendimento a VIPPES. Se o ângulo for o do assistencialismo, não haverá mudanças. Exemplo disso é a ação de inconstitucionalidade que a FEBRABAN moveu e ganhou junto ao Supremo Tribunal de Justiça – STJ do Rio de Janeiro em 2012. Era contra quatro leis aprovadas pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, que disciplinavam a prestação de serviços bancários para pessoas de 65 anos em diante em todas as agências bancárias do Estado. Já na cidade do Rio de Janeiro a Lei municipal 5.254/2011 determina que as agências tenham assentos, bebedouros e banheiros para os clientes especiais (idosos, gestantes, deficientes físicos).

Se o foco mudar para o valor do mercado promissor e gigantesco, as leis serão as do mercado e o judiciário não precisará trabalhar. A classe política tem que ser pioneira em mudar a visão do envelhecimento populacional como oportunidade social de mercado e não como fenômeno gerador de custos e usina de votos por favorecimento assistencial.

Germano Hansen Jr.

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