- 07 de abril de 2019

Bancos e a transição etária

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O pessoal da cúpula estratégica dos maiores bancos brasileiros já se direciona para a mudança da clientela em razão do envelhecimento populacional. Já se conhecem algumas ações que realizam.

bancos e a transicao etariaAqui e ali, na mídia,  aparecem notícias e informações sobre algumas medidas ou projetos que o Banco do Brasil, Itaú, Bradesco e Santander executam para fazer frente às novas necessidades da transição etária. Não se trata de ações a nível operacional nas agências ou nos caixas eletrônicos, mas de projetos de caráter institucional.

O Santander assumiu o excelente evento criado pelo Bamerindus, antes anual, batizado de “Talentos da Maturidade”. Um pouco elitista, sem dúvida, mas pioneiro no reconhecimento da importância dos VIPPES no contexto de interesse para o negócio bancário. Ação puramente institucional tanto que os concorrentes não precisam ser correntistas do banco para participarem. O prestígio do concurso potencializou – e  muito – a imagem da instituição bancária projetando-a de forma positiva para a nova geração de pessoas de mais idade.

O Bradesco vem desenvolvendo um trabalho de grande profundidade com a contratação de um gerontólogo especialista no envelhecimento etário. Efetivamente o Dr. Alexandre Kalache é um profissional de reconhecimento internacional tendo atuado como embaixador brasileiro na ONU para os assuntos voltados ao envelhecimento populacional. Um dos projetos em execução é o que prepara porteiros de edifícios para o atendimento de idosos. Definiu-se o bairro paulistano de Higienópolis (onde mora o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso) como objetivo do projeto. Este bairro apresenta uma das maiores concentrações de idosos na capital paulista.

Com certeza, os cursos lá desenvolvidos (várias turmas já foram diplomadas) fazem parte de um grande projeto completo para o banco evoluir no novo mundo envelhecido.

O Itaú anunciou a criação de grupos de trabalho para instalação de atendimento especial para idosos em suas agências. O destaque é a escolha de pessoas, também idosas,  para a realização da operação. É possível que essa medida seja a linha de frente de várias outras mais estratégicas.

Quanto ao Banco do Brasil, nenhuma referência digna de nota. Alguns profissionais mais qualificados e que foram consultados informaram que o banco está com alguns projetos em estudo mas que “não estão autorizados a fazer qualquer divulgação”. Interessante que um banco estatal, público e que, portanto pertence a toda a população, não possa dar nenhuma informação sobre a sua preocupação com a nova sociedade em formação.

É mais estranho ainda porque o Banco do Brasil através de sua diretoria tem fácil acesso a todos os institutos de pesquisa do Estado que possuem dados extensos sobre o envelhecimento populacional (IBGE – IPEA – SEADE – FIOCRUZ, entre outros). Teoricamente é a instituição financeira que pode estar mais abastecida de previsões corretas e atualizadas sobre a transição etária.

O importante mesmo é que estes bancos já se encontram em fases diversas do planejamento estratégico para enfrentar o envelhecimento populacional sem perder clientes e sem reduzir o aporte de capital.

Bancos sempre souberam ganhar e lucrar nas mais complexas e difíceis crises e agora, da mesma forma que o Portal VIPPES Negócios, começam a se preparar para entender que a transição etária significa a grande alavanca de desenvolvimento de uma nova sociedade, uma nova economia. Devem servir de exemplo para todos os outros setores de atividade em que a “ficha ainda não caiu”.

Germano Hansen Jr.

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