Mais de quatro mil pessoas a cada dia ingressam no mundo dos VIPPES no Brasil. Quantas clínicas seriam necessárias para atendê-las? Como calcular isso de forma correta e simples?
A massa de novos VIPPES cresce à razão de 120 mil pessoas por mês. Nenhuma outra classe demográfica aumenta nessa proporção. Comprovada a importância e a inexorabilidade dos fatos é necessário tecer previsões para que o futuro seja confortável.
Inicialmente precisamos fazer um levantamento da situação de saúde e ou condições físicas dessas pessoas.
A partir dos cinquenta anos uma série de fenômenos orgânicos indesejáveis adquire velocidade mais acelerada. Esta vai depender de como cada um viveu os cinquenta anos anteriores e também da constituição genética. Ninguém vai ficar livre desses fenômenos e, assim, o que deve ser avaliado é o aspecto numérico. Mais do que analisar dados passados o ideal é levantar a situação atual. Aqui reside um ponto que pode comprometer muitas pesquisas e estudos porque as mudanças das condições de vida são também muito rápidas. Utilizar dados de dez ou mesmo cinco anos atrás já não reflete a realidade de hoje e dos próximos anos.
Muitas das variáveis identificadoras do perfil das pessoas de 50 anos em diante tendem a continuar se modificando em ritmo acelerado. Não se trata de uma ou outra característica do perfil mas do conjunto geral.
No campo educacional houve um crescimento considerável de instituições de ensino e de cursos de graduação e pós-graduação, portanto, a escolaridade se altera para cima a cada ano.
No campo da saúde a expansão de academias, de atendimento a segurados de planos de saúde, de evolução dos sistemas de diagnóstico e controle de doenças comuns reduziu a mortalidade e adicionou mais anos de esperança de vida.
No campo econômico certas medidas sociais colocaram mais dinheiro nas mãos de pessoas de mais idade e já surgem mais oportunidades de emprego inclusive com alongamento nos prazos para aposentadoria em muitas empresas em todo o País.
No campo social, dez anos de vigência do Estatuto do Idoso já proporcionou algumas vantagens significativas em relação à população em geral.
Como, entretanto, a quantidade de pessoas que entram na classe dos VIPPES é muito elevada, ainda que proporcionalmente tenha ocorrido (e vai continuar a ocorrer cada vez mais), melhoria da qualidade de vida dos idosos, não deixam os longevos livres das deficiências ou insuficiências da própria idade.
Nos homens as doenças da próstata continuam a fazer vítimas e em todos os idosos aumentam os casos de osteoporose, câncer, Alzheimer e outras patologias que antes não eram muito observadas até por negligência pessoal. Outros problemas de saúde cresceram em razão de melhores condições diagnósticas e graças a uma mais convincente divulgação dos benefícios da prevenção.
O melhor seria identificar um grupo de dez ou vinte mil novos idosos em um mês específico e realizar uma pesquisa de grande vulto com detalhes completos. Os resultados proporcionariam uma ideia muito próxima da realidade para toda a classe. Melhor ainda seria complementar com uma atualização a cada dois anos em novo grupo para acompanhar a extensão das variações causada pela velocidade da transição etária.
Essa pesquisa de vulto poderia ser desenvolvida por grupos de universitários dos últimos anos regulares de cursos diversos em todo o País e financiada por uma ação conjunta de governo/iniciativa privada. No Brasil existem profissionais muito competentes e experientes em avaliação de idosos que poderiam constituir o cérebro organizador do levantamento. Concluído, será bem mais simples estabelecer uma previsão confiável da quantidade e espécie de clínicas necessárias para o atendimento da nova face demográfica do Brasil.
O Portal VIPPES Negócios se coloca à disposição para colaborar na realização desse trabalho muito importante para a sociedade.
Germano Hansen Jr.
