Para que exista um bom negócio é preciso que concorram alguns fatores. Um dos mais imprescindíveis é o atendimento a alguma necessidade real do potencial consumidor ou usuário.
O condicionamento físico é uma necessidade real? Ele é procurado por um volume significativo de pessoas? É um modismo que pode acabar sendo substituído por outro?
A primeira questão é atualmente de resposta fácil e segura: o condicionamento físico é parte integrante da conquista da boa qualidade de vida. Todas as pesquisas clínicas e recomendações de especialistas na manutenção da saúde ou de sua recuperação não possuem qualquer dúvida sobre os benefícios do exercício físico.
Nos últimos trinta anos e, principalmente de 1990 para cá, o País acompanhou o desenvolvimento de alguns tipos de estabelecimentos que antes eram pouco conhecidos e aceitos como importantes e necessários: academias, SPAs e clínicas de recondicionamento físico. Até a ocorrência do desabrochar desses locais em todo o País, as poucas instituições que tratavam da saúde e cuidados com o corpo humano eram consideradas como supérfluas. As pessoas que podiam arcar com alto dispêndio de dinheiro costumavam ir para fora do País para se tratar já que aqui os profissionais competentes eram poucos e limitados no volume de atendimento.
O panorama mudou radicalmente. Hoje pululam em todas as capitais e grandes cidades, centenas de estabelecimentos que oferecem milhares de horas de aulas e tempo para a execução de programas adequados de treinamento e correção corporal. Já surgiram SPAs em várias regiões com acomodações e sistemas de atendimento que nada ficam a dever aos mais requintados do Exterior. Pouco a pouco, mas ainda insuficientes, começam a aparecer clínicas de recondicionamento físico.
Médicos, fisioterapeutas e profissionais da saúde de modo geral vão criando confiança nos resultados e melhoria da saúde e muitos já incluem em seus sistemas terapêuticos o condicionamento físico como até mesmo base de tratamento, relegando para segundo plano a medicação. A resposta para a segunda questão também fica óbvia: cada vez mais aumenta o número de pessoas que procuram o condicionamento físico orientado. Este também auxilia e muito a melhoria no relacionamento pessoal graças à formação de grupos e classes específicas para a execução de determinados exercícios. E a terceira questão vai se tornando meramente curiosa porque não fazer exercício físico está sendo um indicador de anacronismo no entendimento do que é vida, do que é longevidade, do que é saúde e do que é fundamental para a qualidade de vida.
E é por isso que os VIPPES serão os próximos grandes usuários dos serviços proporcionados pelas academias, SPAs e clínicas de recondicionamento físico. Em parte porque os “novos” VIPPES já estarão mais familiarizados com a valorização dos exercícios como base da saúde.
Por outro lado, todos estão se conscientizando de que o crescimento espantoso da população de VIPPES, no conjunto populacional sem renovação na mesma escala de jovens, poderia tornar o País um gigantesco pronto-socorro de idosos enferrujados.
Graças aos meios de comunicação e mais expansivamente da Internet, os VIPPES estão entendendo que a osteoporose é afastada em larga escala naqueles que mantém o corpo em atividade física regular aliada à caminhadas e tomada de sol sempre que possível. O mesmo acontece para evitar AVC, artrite e artrose, doenças diversas das articulações e ainda para controle das substâncias causadoras de aterosclerose e suas complicações.
Então não haverá mais como eliminar a preocupação e a prática do exercício físico omo atividades permanentes sem nenhuma característica de modismo apenas. Como curiosidade e complemento, a pesquisa realizada com idosos pelo SESC e Fundação Perseu Abramo indicou que eles informaram praticar as seguintes atividades físicas:
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Atividade |
% |
|
Caminhada |
51 |
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Alongamento |
12 |
|
Andar de bicicleta |
9 |
|
Ginástica |
8 |
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Natação |
3 |
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Hidroginástica |
3 |
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Esportes em Geral |
3 |
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Musculação |
2 |
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Corrida |
2 |
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Outra atividade |
3 |
Conforme se observa, academias, SPAs e clínicas de condicionamento físico podem atender efetivamente às necessidades de exercícios físicos praticados pelos idosos e que não o fazem regularmente por falta de estabelecimentos e de quem os atenda adequadamente.
Germano Hansen Jr.
