- 07 de abril de 2019

Idades limites

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A esperança de vida aumenta no Brasil em três meses a cada ano atualmente (a partir de 2018 cai para dois meses a cada ano). Em 2060 a média será de 81,2 anos para homens e mulheres.

vippes_levam_vantagemEm matéria de planejamento estratégico se torna imprescindível avaliar até onde essa esperança vai chegar. São muitas as variáveis que compõem essa medida. Entre elas, a mais significativa é o sexo. Efetivamente as mulheres apresentam uma esperança de vida sensivelmente maior que os VIPPES masculinos girando em torno de seis anos a mais.

Fatores de localização, condição cultural e econômica, saúde e qualidade de vida, alteram a expectativa. Para efeito de políticas públicas e empreendimentos particulares, o Brasil tem uma diversidade ainda maior que outros países em razão de sua dimensão territorial.

A projeção de esperança de vida em alguns Estados brasileiros no período de 2000 a 2030 por sexo ilustra a situação (IBGE – Projeção da População do Brasil por Sexo e Idade 2000/2060 – Revisão 2013).

Esperança de vida no Brasil nos quatro Estados de maior expectativa e nos três de menor.

2000

2010

2020

2030

M

F

M

F

M

F

M

F

Sta.Catarina

68,7

75,7

73,6

80,4

77,0

83,5

79,1

85,4

S. Paulo

67,0

76,1

72,6

79,5

76,1

82,0

78,1

83,5

Rio G. do Sul

68,6

76,2

72,4

79,5

75,4

82,0

77,7

83,9

Espírito Santo

66,4

74,8

71,9

80,2

75,6

83,2

77,7

84,7

Alagoas

60,3

68,5

64,6

74,0

68,3

77,8

71,1

80,1

Pará

65,8

71,5

67,5

74,7

69,0

77,2

70,4

78,9

Maranhão

61,8

69,4

65,1

72,8

68,0

75,6

70,4

77,8

Observa-se que as mudanças se processam em todo o território brasileiro, entretanto, a diferença entre Estados não apresenta redução da disparidade, conforme os quadros
abaixo demonstram mesmo para os Estados com melhor expectativa para os VIPPES:

2000

2010

2020

2030

M

F

M

F

M

F

M

F

Sta.Catarina

68,7

75,7

73,6

80,4

77,0

83,5

79,1

85,4

S. Paulo

67,0

76,1

72,6

79,5

76,1

82,0

78,1

83,5

Diferença M

F

-1,7

+0,4

-1,0

-0,9

-0,9

-1,3

-1,0

-2,0

As mulheres de São Paulo que apresentavam no ano 2000 uma esperança de vida maior que a das catarinenses, lamentam viver dois anos menos nas próximas três décadas. Já os paulistas continuarão vivendo menos que os barriga-verde neste século.

Já para os Estados com índices menos otimistas, as mudanças são mais pronunciadas e não menos pessimistas.

2000

2010

2020

2030

M

F

M

F

M

F

M

F

Alagoas

60,3

68,5

64,6

74,0

68,3

77,8

71,1

80,1

Pará

65,8

71,5

67,5

74,7

69,0

77,2

70,4

78,9

Diferença

+5,5

+3,0

+2,9

+0,7

+0,7

-0,6

-0,7

-1,2

Nos Estados com menor esperança de vida é notável a mudança de posição entre o territorialmente enorme Estado do Pará e o pequeno Alagoas.

Evidentemente se pode imaginar que a idade limite para VIPPES de Santa Catarina e de São Paulo será maior que a dos VIPPES de Alagoas e Pará e provavelmente na mesma proporção.

Essas previsões podem sofrer alterações, entretanto. Melhoras substanciais nos serviços de saúde e adequação das cidades aos novos grupos etários de mais idade poderão influir positivamente na extensão da longevidade. As autoridades públicas dos Estados com menor esperança de vida podem evitar que haja uma migração da população para Estados onde a vida se acabará mais tarde.

Diferença de dois a três anos talvez não fosse suficiente para despertar interesse muito grande, mas comparemos VIPPES de Santa Catarina e do Pará.

2000

2010

2020

2030

M

F

M

F

M

F

M

F

Sta.Catarina

68,7

75,7

73,6

80,4

77,0

83,5

79,1

85,4

Pará

65,8

71,5

67,5

74,7

69,0

77,2

70,4

78,9

Diferença

-2,9

-4,2

-6,1

-5,7

-8,0

-6,3

-8,7

-6,5

Constata-se que a diferença a menor para os paraenses vai aumentando assustadoramente a cada década e o homem catarinense vai viver praticamente nove anos mais que o paraense.

Os planejadores governamentais e particulares precisam imediatamente tentar mudar esse quadro que ressalta ainda mais a diferença profunda no ambiente sociológico etário do País. É muito extensa a diferença de expectativa de vida sob a mesma bandeira.

J. Mark Torrence

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