- 07 de abril de 2019

Um mundo mais forte

0

Um mundo mais velho é um mundo mais forte porque traz mais chances para países e empresas. Um fato inédito está por vir: dentro de um breve tempo haverá um número maior de pessoas com mais de 60 anos do que com menos de 15.

Foto: ReproduçãoVale lembrar que, “no dia 9 de novembro de 2014, o número de VIPPES atingiu a marca de um milhão e trezentos mil membros a mais apenas em 2014. E o ano ainda não terminou.

O aumento do número de VIPPES na população brasileira deverá chegar a cerca de 1,5 milhões de pessoas até o final de 2014. O crescimento total da população não passará de 1,7 milhões nesse ano.

Esses dados indicam a aceleração impressionante do envelhecimento populacional no País. O aumento da participação dos VIPPES na expansão anual do total da população brasileira baterá novo recorde e deverá passar de 87% do total, restando apenas 13% para as demais classes etárias.

Essa tendência permanecerá ainda mais evidente nos próximos anos.” E isso será só o começo. Metade das crianças que nascem hoje em países ricos ou nas camadas mais abastadas dos emergentes deverá passar dos 100. No fim do século, a expectativa de vida ao nascer deverá chegar a 82 anos — hoje está quase nos 75.

Isso se os avanços na área científica continuarem no ritmo atual. Mas as pesquisas recentes sobre as doenças que mais matam — as cardiovasculares, os derrames, as infecções respiratórias e o diabetes — sugerem que a expectativa de vida poderá chegar perto de 100 anos. Estão sendo acrescentados 2,5 anos por década. Ou seja, a cada hora, ganham-se 15 minutos.

Se, além desses avanços mais tradicionais, os cientistas conseguirem viabilizar tratamentos revolucionários que “atrasem” o relógio biológico, não está descartada a hipótese de um ser humano viver até 150 anos — pelo menos no terreno da teoria. O fenômeno do aumento da expectativa de vida, aliado à queda dos índices de natalidade, mudará a cara do mundo. Segundo os dados mais moderados, até 2050 as faixas etárias acima dos 50 anos (VIPPES) passarão do atual 1,5 bilhão de indivíduos para 3,1 bilhões. Já a população de crianças e adultos jovens crescerá bem menos.

Em quatro décadas, as pessoas com 50 anos ou mais serão mais da metade da população na Coreia do Sul e no Japão. Será, enfim, um mundo grisalho. E não se trata de exclusividade de países ricos. China e Rússia estarão em uma situação semelhante. Pelos cálculos da ONU, o ano de 2047 será um marco: pela primeira vez haverá um número maior de pessoas com mais de 60 anos do que com menos de 15. Não apenas se viverá mais. Viveremos mais com mais saúde.

Na esfera econômica, o envelhecimento também é uma boa notícia, como já comprovam dados dos Estados Unidos, país que costuma antecipar as tendências que depois se espalham. Os 106 milhões de americanos nascidos de 1946 a 1964, conhecidos como baby boomers, estão cheios de fios brancos, como já foi explicado em artigo deste Portal VIPPES Negócios.

Assim, considerados o grupo que forjou a sociedade de consumo, eles estão mais maduros, mas continuam enchendo lojas e shopping centers. Um estudo da consultoria inglesa Oxford Economics, ligada à Universidade de Oxford, diz que os americanos com 50 anos ou mais movimentam 7,1 trilhões de dólares por ano — se formassem um país independente, seriam o terceiro maior PIB, atrás de Estados Unidos e China.

Os baby boomers são líderes de compras em 119 das 123 categorias de bens de consumo, controlam 80% da riqueza e gastam 90 bilhões de dólares por ano em carros — 28% mais do que os com menos de 50.

Para uma sociedade historicamente acostumada a cultuar a juventude, o fato de que o mundo terá cada vez mais VIPPES costuma ser associado a problemas. É claro que eles existem, mas vale a pena registrar o essencial. Garantir mais e melhores anos de vida é a maior vitória da humanidade até agora — ou alguém aí está triste com a perspectiva de que vai viver mais do que seus antepassados?

Mona C. Cury

Compartilhe.

Comments are closed.