- 07 de abril de 2019

VIPPES e as Urgências

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Ninguém gosta de prever urgências quando se trata de saúde. Até os 40 anos ou pouco mais, doenças mais graves são excepcionais e causam mínima necessidade de planejamento de atendimento de emergência.

aposentadoria_aos_65_anos (1)Naturalmente há pessoas jovens que apresentam perfis inadequados para a idade e então a saúde torna-se comprometida. Mas estas exceções não podem ser motivo de padronizações forçadas.

As verdadeiras urgências acontecem a partir dos 50 anos e pioram a partir dos 60. Diversas razões comuns causam as urgências em pessoas a partir da 6ª década de vida.
Instabilidade da pressão arterial é um dos gatilhos, crise de hipoglicemia em razão de diabete é outra; desequilíbrio na audição, labirintite, gripes fortes e pneumonia são fatores determinantes.

O principal responsável pelas emergências, porém, são as quedas em residências. A partir dos 70 anos os tombos se tornam ameaças generalizadas nas residências. E cerca de metade dos acidentados não se recupera e os óbitos se sucedem. Parte das dificuldades é causada pela osteoporose que dificulta a cicatrização óssea e a fixação de implantes. Outra parte é o surgimento de complicações devidas à imobilização prolongada.

O fato incontestável é que após os 60 anos as emergências se avolumam.

É preocupante imaginar que o envelhecimento etário veloz já começa a aumentar a demanda por atendimento de urgência nas residências.

Já os setores de Home-care de convênios médicos e planos de saúde não conseguem mais atender a todas as solicitações. As ambulâncias dos setores públicos de saúde pouco podem diminuir as requisições da população em geral. Nas grandes cidades o problema se agrava com os problemas de trânsito difícil.

Além do atendimento emergencial insuficiente, novas dificuldades surgem no retorno às residências: ausência de geriatras, farmacêuticos e fisioterapeutas domiciliares, bem como enfermeiros, nutricionistas, cuidadores bem preparados e auxiliares gerais.

Os poucos componentes da ponta da pirâmide etária de 30 anos atrás, estão se transformando em uma multidão que vai completar o novo desenho gráfico da composição demográfica em andamento: uma taça bojuda em cima.

Um recurso que pode ajudar a diminuir o caos das urgências é evitá-las e isto só se consegue com melhoria substancial na saúde. Esta se obtém com medicamentos, médicos, melhor estrutura sanitária, melhores condições ambientais, novos sistemas de moradia, novos conceitos imobiliários, arquitetônicos e do desenho residencial e seus acessórios, equipamentos e utensílios em geral.

Como se vê, há muito a fazer no País para vencermos as dificuldades que a transição etária provoca.

Germano Hansen Jr.

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