- 06 de abril de 2019

Ranking das doenças nos VIPPES

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Qual a realidade dos aspectos de saúde e doença que afligem os VIPPES de 60 anos em diante? Fora dos dados oficiais, uma pesquisa direta com os idosos revelou números interessantes. Verifique.

ranking das doenas nos vippesA valiosa pesquisa realizada pelo SESC/Fundação Perseu Abramo com idosos entrou também no aspecto Doenças.  Naturalmente a pesquisa em tela não pretendeu fazer comparações com dados existentes em instituições governamentais do sistema de saúde público (SUS). A pesquisa contou com algumas questões sobre vários aspectos do problema na visão dos entrevistados.

A primeira questão foi uma pergunta muito simples: O Sr/Sra tem alguma doença?

Aqui não houve preocupação de definir doença. Não houve a intenção de transformar a pesquisa em instrumento de ensino ou de orientação. O objetivo foi perceber como o idoso entende o assunto sem maiores conceituações e filosofia.

 Respostas e projeção livre para o total da população de 60 anos em diante com os números de 2010 do IBGE

Pesquisa SESC/Perseu Abramo

resultado

Projeção livre p/total população +de 60 (2010)

(IBGE)

Não tem nenhuma doença

19%

3.663.590

Sim, tem alguma doença

81%

15.618.459

Assim, quando se imagina que todos os idosos são doentes e improdutivos, quase 20% deles informaram não ter nenhuma doença. A última informação oficial do IBGE de 2009 indicava 75% dos idosos com alguma doença crônica. Vale a pena analisar as respostas dadas pelos idosos que informaram ter alguma doença. Como poderiam informar mais de uma doença, a soma das doenças passa de 81%.

O ranking das doenças que eles informaram sofrer está no quadro abaixo:

Doenças informadas

resultado

Projeção livre p/total população +de 60 (2010)

(IBGE)

Pressão alta/hipertensão

43%

6.715.938

Problema de visão

26%

4.060.800

Dores nas costas/de coluna

23%

3.592.246

Diabetes

13%

2.030.400

Doenças do coração (infarto, etc.)

13%

2.030.400

Colesterol alto

13%

2.030.400

Artrose/dor nas articulações

11%

1.718.030

Reumatismo

9%

1.405.662

Osteoporose/fraqueza dos ossos

9%

1.405.662

Problemas de circulação (dormência, varizes)

8%

1.249.476

Cansaço/falta de ar

8%

1.249.476

Problemas no estômago

7%

1.093.292

Problemas do sistema nervoso/ansiedade/aflição

6%

937.108

Tonturas/quedas com facilidade

6%

937.108

Problema de memória

6%

937.108

Dores de cabeça constantes

5%

780.923

 

Evidentemente, há casos em que o idoso respondeu a questão na forma como “sente” a doença e não necessariamente o diagnóstico médico da mesma. Essa diferença é significativa porque parte considerável da população idosa não conta com planos de saúde e, muitas vezes, acabam se tratando com soluções fora da medicina profissional.

As estatísticas oficiais da saúde pública apresentam maior confiabilidade para os pacientes cadastrados atendidos nos estabelecimentos ligados ao SUS e àqueles que utilizam os convênios e sistemas particulares de seguro-saúde. Mas milhões de atendimentos não possuem nenhuma espécie de registro o que sempre vai dificultar uma análise mais efetiva da realidade.

O que é indiscutível é que com o envelhecimento populacional, as doenças crônicas aumentam substancialmente a sua participação na composição das causas de morbidade, porque parte dessas doenças surge a partir dos 45/50 anos. Qualquer política pública ou particular de saúde deve levar em conta a prevenção como principal preocupação estratégica. O custo da prevenção é substancialmente mais econômico que qualquer tipo de tratamento e, isto é decisivo na escolha de ações no mundo atual, principalmente em países em desenvolvimento e com populações volumosas como é o caso do Brasil.

Prevenção precisa começar antes da idade convencional determinada para considerar uma pessoa idosa. Seria conveniente uma medida de indução para que todas as pessoas na faixa de 40 a 50 anos participassem de um programa contínuo de prevenção da saúde. No mínimo realizar essa ação com os VIPPES (pessoas de 50 anos em diante).

Germano Hansen Jr.

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