- 05 de abril de 2019

2039: ano da inversão demográfica

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Qualquer notícia sobre aumento da população leva em conta as duas variáveis: quantidade das pessoas que nascem e das que morrem. Mas isso também vale para definir redução da população.

ibgeEm tempos de paz e de menor ocorrência de grandes desastres naturais ou políticos, a taxa de natalidade determina fundamentalmente o crescimento populacional. Nas áreas geográficas sujeitas a fenômenos naturais destrutivos, a taxa de mortalidade influencia o índice de expansão ou não da população. No passado, as pestes eram consideradas fenômenos naturais que dizimaram nações e povos por inteiro.

Na atualidade, ainda os conflitos militares, políticos, religiosos e étnicos causam a destruição de milhões de pessoas. A hipocrisia social procura não valorizar muito as mudanças bruscas nas taxas de mortalidade em função dos conflitos e a maioria dos países desenvolvidos “esquece” dos milhões de mortos pela fome, pela miséria, pelas doenças tratáveis e pelos crimes contra a humanidade que ainda colocam o planeta na condição de troglodita social.

Deixando de lado a política humanamente incorreta do conjunto das Nações, a demografia vai sendo delineada por números que crescem a cada ano o que denota que a taxa de natalidade continua sendo mais elevada que a de mortalidade. Se nenhuma grande catástrofe climática se abater sobre a Terra ou se os Estados não perderem a racionalidade em petulâncias nucleares, em menos de sessenta anos chegaremos a dez bilhões de seres humanos disputando um lugar para viver (9,1bilhões em 2050).

E o Brasil como fica nessa história de crescimento contínuo? Se hoje temos 197 milhões de habitantes, quando vai chegar aos 250 milhões? E aos 300 milhões? Parece que de acordo com o IBGE, esses números não serão atingidos.

O ápice do crescimento populacional no Brasil será em 2039 com pouco mais de 219 milhões de pessoas. E a partir desse ano haverá uma constante taxa geométrica anual de crescimento negativa. A tabela abaixo mostra claramente a mudança etária que ocorre no País. (Todos os dados são da “Projeção da população do Brasil por sexo e idade – 1980/2050 – Revisão 2008 – IBGE”)

Ano

População total

Taxa média geométrica   crescimento anual (%) Taxa bruta de natalidade

p/1.000 hab (%)

Taxa bruta de mortalidade

p/1.000 hab (%)

Observações

do Autor

1980

118.562.549

2,350

32,13

8,57

Natalidade 3,7 vezes acima da mortalidade

2000

171.279.882

1,486

21,13

6,34

Nat 3,3 s/mortalide

2010

193.252.604

0,921

15,20

6,27

Último ano da menor taxa de mortalidade do País

2011

194.932.685

0,866

14,68

6,29

Início da taxa mortalidade ascendente

2013

198.043.320

0,769

13,82

6,34

         HOJE

2020

207.143.243

0,568

12,29

6,71

2030

216.410.030

0.308

10,59

7,68

2039

219.124.700

0,007

9,02

9,10

-1ª vez taxa mortalid supera taxa natalidade

-pico da população total

2040

219.075.130

(-0,023)

8,91

9,28

1ª vez taxa média geométrica de

crescimento negativa

2050

215.287.463

(-0,291)

8,10

11,13

A caminho da extinção?

Nos países em crescimento populacional, há concomitantemente, com aumento da taxa de natalidade, uma diminuição da taxa de mortalidade em função do aumento do tempo de vida. No Brasil das próximas décadas haverá em paralelo a uma drástica redução da taxa de natalidade, um aumento na taxa de mortalidade.

Como?  Em razão da maior quantidade de idosos na composição etária.

A somatória das duas taxas provoca a redução da população. Se não fosse o aumento significativo do aumento da esperança de vida (longevidade), a diminuição da população brasileira seria ainda mais pronunciada. Também esse é o motivo da expansão da participação dos VIPPES na composição etária da sociedade brasileira nos próximos anos.

Esse é o cenário que precisará ser enfrentado pela sociedade daqui para frente. As oportunidades de negócios acontecerão nessas condições muito diversas em relação aos últimos trinta anos. O otimismo será o combustível para manter a nave da História avançando no tempo e no desenvolvimento.

Temos que acreditar nisso! Todos nós!

Germano Hansen Jr.

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