- 07 de abril de 2019

Gráfico Intrigante

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O envelhecimento populacional cria aspectos novos e até mesmo surpreendentes. Isso acontece porque o conceito de longevidade nem sempre é observado em toda a sua amplitude.

conscientizacao_agoraEntende-se como longevidade em análise antropológica o tempo médio de vida dos seres humanos em um determinado momento.

Esse levantamento permite estabelecer a esperança de vida para quem nascer naquele momento. No último século e de forma ainda mais rápida no atual, a esperança de vida tem aumentado de maneira contínua. A longevidade já é uma nova meta e motivação para todos.

Há uma distinção clara entre longevidade e envelhecimento populacional. A longevidade é indicador pessoal. Toda pessoa que nascer em um determinado momento terá a expectativa de vida de acordo com os dados referentes àquele momento. As razões para a elevação constante da longevidade estão na melhoria das condições gerais de vida (melhor alimentação, extinção de doenças, mais diversificados recursos tecnológicos para diagnósticos e tratamentos, maior disseminação de conceitos sanitários, redução das soluções militares para conflitos e melhoria geral do ambiente socioeconômico).

Já o envelhecimento populacional é uma característica que envolve toda a sociedade.

O envelhecimento acontece quando há uma redução no crescimento populacional (diminuição da fecundidade e da natalidade) e a quantidade de indivíduos mais novos diminui proporcionalmente dentro do conjunto demográfico. Evidentemente com a redução da participação dos mais novos há um aumento na participação dos mais velhos. Com o aumento da longevidade, a participação dos mais velhos torna-se ainda maior.

Assim, o envelhecimento populacional depende de fatores alheios à longevidade, mas esta funciona como um agente potencializador.

O gráfico abaixo fornece uma visão da dinâmica demográfica brasileira até 2060 conforme a revisão 2013 do IBGE Projeção da População Brasileira por Sexo e Idade 2000/2060.

O gráfico foi montado com os dados previstos a cada três anos, desde 2000 até 2060 (sendo números reais até 2013). Pode-se observar que a partir de 2043 a população brasileira começa a diminuir em ritmo veloz.

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Como a esperança de vida ao nascer cresce continuamente ao contrário do crescimento populacional que se reduz sensivelmente, o resultado demográfico é uma expansão rápida da participação da população de mais idade no conjunto.

E o envelhecimento se tornará ainda mais saliente a partir de 2043 porque o que correspondia a uma substituição etária (mais velhos substituindo mais novos em participação demográfica), se torna uma relação francamente tendente a domínio absoluto dos VIPPES.

É possível parar esse processo na forma como ele se verifica?

Não!

Mas há algo que poderia ser feito?

É difícil encontrar uma solução. O Japão conseguiu incrementar a taxa de natalidade e evitou uma redução dramática da população, mas a longevidade também aumentou e o desequilíbrio etário ainda provoca danos na economia e na sociedade.

O problema tem que ser equacionado com visão muito ampla no tempo e seja qual for o resultado final, a análise e os projetos não podem ficar para amanhã. Hoje já é tarde para alterar os quadros e gráficos demográficos do século XXI.

G. Hansen Jr.

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