- 05 de abril de 2019

Longevidade inevitável

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Foto: ReproduçãoA busca da longevidade sempre foi um desafio com aprovação provavelmente unânime da sociedade. A esperança da imortalidade, que passa necessariamente pela longevidade, é característica inerente ao ser humano.
Não se pode evitar a longevidade. Tudo que o homem desenvolve para que a vida se torne de boa qualidade conduz à elevação do tempo de vida ou da esperança de vida em termos de análise demográfica.
Assim, evitar a longevidade seria uma contradição à existência do ser humano. Seria uma barreira inaceitável ao objetivo fundamental da preservação da vida.

Por que, então, surge a corrente que combate a longevidade, pelo menos em termos aparentes?

Cada defensor dessa incoerência deve ter seus motivos particulares para tal. Improvável identificar as explicações que só eles poderiam dar, se é que poderiam (provavelmente derivam de problemas pessoais).

Uma de suas explicações mais observada foca a saúde como um dos fatores mais negativos na estrada da longevidade. Alega-se que o envelhecimento carrega consigo doenças crônicas graves tais como Alzheimer, osteoporose, problemas com a próstata nos homens, hipertensão, diabetes.
É evidente que a saúde se deteriora com a idade. Todos e tudo sofrem desgaste com a passagem do tempo. Estudos e projetos continuam sendo elaborados para reduzir os efeitos adversos do envelhecimento e muito já se conseguiu.

Milhões de VIPPES passam dos setenta anos a cada alteração anual do calendário e a participação deles no conjunto populacional cresce mais do que qualquer outro grupo etário. Muitas enfermidades, entretanto, já foram evitadas através de medidas preventivas e outras tantas foram minimizadas com tratamentos novos e com novas técnicas curativas.

A esperança de expectativa de vida no Brasil, por exemplo, aumentou de 43 anos na década de 40 no século passado, para 73 nos dias atuais. Essa longevidade, que permite a existência de VIPPES os quais antes não estariam participando da evolução, comprova o poderoso desejo de viver mais, inerente a todos os seres humanos normais.
O que parece é que os críticos da longevidade estão mais preocupados com a ausência de condições adequadas mínimas para a sobrevivência dos VIPPES em todos os aspectos e, principalmente, na questão da saúde.

Por que o disfarce? Por que não defender a necessidade de implantar políticas públicas suportadas pelo governo e pela iniciativa privada que atendam às exigências próprias do envelhecimento populacional?

Será que os defensores das barreiras à longevidade estão sendo manipulados por esquemas econômico-financeiros que consideram desperdício gastar capital com pessoas idosas? (Aliás, essa forma de pensar é comum nos setores administrativos das instituições financeiras em todo o mundo, a começar pelo próprio Fundo Monetário Internacional -FMI – que tem a sua diretora Sra. Lagarde culpando os idosos pelas dificuldades que afligem varias nações do planeta).

Na prática, o envelhecimento populacional pode ser administrado produtivamente desde que haja vontade e inteligência.
1 – Manter os VIPPES em atividades produtivas até o limite da capacidade física e psicológica. Basta aumentar a idade limite para aposentadoria e capacitar os VIPPES para a realização de atividades que possam exercer dentro de suas limitações naturais.

2 – Estabelecer novos padrões de trabalho conforme a faixa de idade. Muitos VIPPES preferem trabalhar à noite enquanto outros, solitários, gostam de trabalhar em casa com total flexibilidade de horários.

3 – Permeabilidade social. É imprescindível tornar permeável as relações entre as classes sociais. Os problemas e dificuldades devido à idade afligem os VIPPES de todas as classes e a interação entre elas poderá proporcionar melhor atendimento à solução de necessidades pessoais. Boa parte dos VIPPES será atendida por VIPPES também e não deveria haver uma barreira social que impedisse a livre circulação entre classes. Aumenta substancialmente a necessidade de prestação de serviços pessoais na área de cuidados a VIPPES imobilizados total ou parcialmente, bem como àqueles que em razão de doenças podem ficar longos períodos afastados de qualquer possibilidade de atividade normal.

4 – Tornar as cidades mais amigas do idoso conforme os preceitos emitidos pela Organização Mundial da Saúde – OMS (ONU). Não se pode aceitar que as condições físico-estruturais das urbes, principalmente as maiores, desconheçam as reais condições de mobilidade e operacionalidade dos VIPPES. Ruas, avenidas, edifícios, transportes, serviços e produtos têm que ser pensados e criados para atendimento a essa população em formidável expansão. Mas as soluções não devem ter o caráter paliativo, transitório e sim como uma nova fase tecnológica da civilização com maior participação de idosos. É uma nova economia. Tao importante quanto foi o Renascimento e a Revolução Industrial. Há que existir uma nova concepção do mundo e daqueles que nele habitam. Ainda neste século, metade da população terá mais que 50 anos de vida e 40% mais de 60 anos. O equilíbrio social dependerá prioritariamente dessa classe que marcará definitivamente a longevidade como normalidade demográfica.

5 – Divulgar exaustivamente a nova perspectiva etária da sociedade para que ninguém pense que ela é uma hipótese no tempo. Demonstrar a sua realidade atual está nas tabelas demográficas e não nos centros de pesquisa das modificações climáticas e da comprovação de vida em outras galáxias.

G. Hansen Jr.

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