- 07 de abril de 2019

IPEA confirma: VIPPES – mais ativos e consumistas

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Ampliação da expectativa e da qualidade de vida dos VIPPES turbina um mercado consumidor e desafia indústria, comércio e serviços a atender a nova demanda.

ipeaMudanças profundas ocorreram em quase todo o mundo no tocante ao fenômeno do envelhecimento populacional e sua percepção. Nesses últimos anos, transformações de  grande porte aconteceram em quase todo o mundo, e no Brasil também, é claro. No processo de envelhecimento populacional e na sua percepção e, em particular, na economia, no mercado de trabalho e na disponibilidade de recursos públicos e familiares.  Está se falando aqui de um segmento que vivencia a última etapa da vida, composto por pessoas com total autonomia, com capacidade de contribuir para o desenvolvimento econômico e social e que desempenham papéis importantes na família.

Dados revelados recentemente – outubro 2012 – pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, órgão ligado à Presidência da República), com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do IBGE, mostram que o envelhecimento muito rápido dos brasileiros, os VIPPES de 60 anos em diante,  foram responsáveis por quase um quinto da renda (19,4%) das famílias brasileiras em 2011, uma proporção maior do que a que ocupam na distribuição da população, ou seja, injetaram mensalmente R$28,5 bilhões na economia brasileira.

Ter um idoso na família, que antes era um peso, passou a ser fonte de renda  – Ainda de acordo com a pesquisa, nos lares onde viviam, as pessoas com 60 anos ou mais respondiam por uma parcela ainda maior do rendimento total: 64,5%. E a principal fonte era a seguridade social. De acordo com a correção do salário mínimo acima da inflação nos últimos anos, as aposentadorias e pensões correspondiam a 69,5% do rendimento dos idosos –15 milhões eram beneficiários, de um total de 23 milhões de pessoas com ao menos 60 anos no País. Entre os homens (mais voltados ao mercado de trabalho, sobretudo,  nas gerações anteriores), apenas 3,7% não tinham rendimento próprio. Já para as mulheres, o percentual era de 13,4% –mais alto em razão da menor ocupação feminina, problema atenuado pelo pagamento de pensões às viúvas.

Atualmente já com uma taxa de fecundidade similar à França e ao Reino Unido, o Brasil viverá uma estagnação da população a partir de 2030. Dez anos mais tarde, diz o estudo, só crescerá a faixa acima de 60 anos. Em outras palavras o dinheiro que vem da aposentadoria, além da vida ativa à que eles estão se dedicando, além de outras fontes de renda, deixa essa faixa da população relativamente bem financeiramente.

Os gastos dos maiores de 60 anos vão desde saúde e medicamentos, a roupas, viagens, cultura e bem-estar. O desafio da indústria, dos serviços e do comércio agora é criar produtos que atendam esses consumidores que cresce violentamente. O que existe no mercado são produtos adaptados para o idoso, o que é diferente de ter uma oferta  desenvolvida para essa faixa etária. A indústria ainda não enxerga “o velho”. Não desenvolver produtos ou serviços para os mais velhos é perder oportunidades.

Mona  C Cury

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