- 04 de abril de 2019

Pesquisa: Interações medicamentosas

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Com a expansão acelerada dos idosos na composição demográfica brasileira, um tema que adquire importância e preocupação é a interação medicamentosa nos VIPPES. As pesquisas podem melhorar a situação.

pesquisa_interacoes_medicamentosasSão inúmeros os casos de complicações patológicas em idosos tendo como razão principal a utilização simultânea de medicamentos incompatíveis. Entende-se que a falta de geriatras e o atendimento a pacientes idosos em situação ocasional acabam por contribuir para o problema.

Uma série de providências deverá ser prevista para que sejam reduzidas as consequências indesejadas. Médicos, farmacêuticos, fisioterapeutas, nutricionistas e todos os profissionais de saúde que atendam idosos terão que receber muita orientação para mudança nos protocolos de tratamento medicamentoso.

Uma das primeiras medidas é o levantamento das ocorrências no dia a dia. Para tanto as pesquisas que se realizam atualmente podem ajudar a levantar a real extensão do problema.

Exemplo é a pesquisa “Uso de fármacos e risco de interações medicamentosas em idosas acompanhadas pelo Programa de Atenção ao Idoso na área urbana de um município do Rio Grande do Sul”.

Realizada por uma equipe multidisciplinar composta por Cristiane Schmalz Bueno (Farmacêutica), Karla Renata de Oliveira (Farmacêutica), Evelise Moraes Berlezi (Fisioterapeuta), Heloisa Meincke Eickhoff (Fisioterapeuta), Loiva Beatriz Dallepiane (Nutricionista), Aline Mafalda (Fisioterapeuta).

Graças a trabalhos dessa categoria torna-se possível imaginar que a sociedade evitará milhares de ocorrências desagradáveis de custo elevado e que causam muito desconforto emocional em todos os envolvidos além dos aspectos legais.

Os detalhes completos da pesquisa podem ser encontrados na Revista Brasileira de Ciência do Envelhecimento Humano na edição volume 9, n. 1, p. 119-128, jan./abr. 2012.

Resumo do trabalho:

“O objetivo do estudo foi caracterizar o uso de medicamentos e avaliar o risco de interações medicamentosas em idosas acompanhadas pelo Programa de Atenção ao Idoso da Unijuí. Realizou-se estudo ecológico com coleta de dados secundários.

Coletaram-se dados cadastrais em novembro de 2009, classificando-se os medicamentos conforme a Anatomical Therapeutic Chemical e interações segundo a Drug Interaction Facts. De março de 2008 a julho de 2009 estavam em acompanhamento dez idosas, com idade média de 77,7 anos, que utilizavam 43 medicamentos, prevalecendo aqueles para o aparelho cardiovascular, sistema nervoso e trato alimentar e metabolismo. Verificou-
-se que quatro idosas estavam expostas a 17 interações distintas, com média de 4,25 por idosa. Sulfato ferroso, levodopa e levotiroxina envolveram-se em três prováveis

interações cada um. Uma possível interação apresenta nível de significância 1; cinco, nível 2; duas, nível 3; quatro, nível 4, e cinco, nível 5. Esses resultados indicam a
necessidade de organização da equipe de saúde para o atendimento e monitoramento desse grupo, além da capacitação dos familiares e/ou responsáveis pelas idosas para auxiliarem no cuidado/atendimento a esse grupo”.

O trabalho é muito interessante e útil, porque também menciona conclusões de várias pesquisas sobre os diversos ângulos da avaliação das interações. Muitas pesquisas ainda precisam ser realizadas e centenas de cursos se tornam imprescindíveis para alertar médicos e todos os demais profissionais da saúde sobre os graves problemas decorrentes da utilização não criteriosa de vários medicamentos simultaneamente.

Mais uma área de grandes oportunidades de empreendimentos além da melhoria na qualidade dos tratamentos medicamentosos.

Germano Hansen Jr.

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