- 07 de abril de 2019

VIPPES nada frágeis

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Foto: ReproduçãoIdosos não se identificam mais como pessoas frágeis. Nas placas, ela é representada curvada, apoiada em uma bengala. Mas, na vida real, os VIPPES  têm imagem totalmente diferente. Com maior expectativa de vida, os VIPPES têm estudado mais, viajado, trabalhado, comprado e ocupado espaços públicos e virtuais. Realidade esta que nos leva a repensar, por exemplo, que a quantidade de VIPPES (50 anos em diante), já cresceu neste ano um milhão de membros, representando 86% do crescimento total da população brasileira de 2014. Amparado pela maior expectativa de vida, o número de brasileiros VIPPES deve praticamente quadruplicar até 2060, confirmando a tendência de envelhecimento acelerado da população já apontada por demógrafos, segundo dados do IBGE. O crescimento no número de idosos gera um mercado de produtos e serviços cada vez mais promissor.

Situação em 2014

IBGE

30%

50 a 59 anos 20.928.000 6.278.400
60 a 79 anos 19.820.000 5.946.000
80 a 89 anos 2.665.000 795.000
90 anos em diante 505.000 151.500
Totais 43.918.000 13.170.900

 

Pesquisadores do IBGE atribuem o aumento do índice e também da qualidade de vida a uma melhoria na saúde e na condição material dos idosos, embora persistam as mesmas desigualdades encontradas entre as populações mais jovens. A esperança de vida aumentou muito devido à redução da mortalidade infantil. A esperança de vida em 2000 era 69 anos, em 2014 saltou para 75. A sociedade tem visão estereotipada do idoso, com doenças, que consomem recursos da saúde, ou seja,  que a velhice significa doença e não fazer nada. É importante dizer que é uma pequena parcela da população idosa que está nessa condição, não é a maioria dos idosos. Uma boa qualidade de vida na juventude, cuidados com a alimentação e a prática de exercícios ajudam a ter uma velhice mais saudável.  Além do que se pode prevenir, destacam-se os avanços da medicina. Uma pessoa com mais de 60 vai ter mais doenças crônicas, mas doenças como diabetes, doenças coronarianas podem ser controladas [com medicamentos], sem gerar incapacidade física. A idade, no entanto, assusta. Não é raro o medo do envelhecimento. A preocupação em construir uma imagem diferente para os idosos foi o que incentivou o movimento “Nova Cara da 3ª Idade”, da agência Garage IM. O alvo da mudança é o símbolo do idoso, presente em placas e adesivos. Hoje, o idoso é retratado como uma pessoa em decadência, curvado e dependente de uma bengala (como nas imagens que o representam), da ajuda de terceiros. Isso não é mais verdade. Há perda de vitalidade, mas o VIPPES hoje vive mais, está mais saudável, ativo e produtivo. O País está em processo de envelhecimento e levantar essas questões é uma forma de começar  a conscientização da sociedade sobre o tema. A agência criou um novo símbolo, no qual uma pessoa aparece ereta ao lado de 60+. A proposta é que as pessoas imprimam a nova representação e a espalhem em espaços públicos. Além da experiência e do conhecimento acumulado, que são de grande valor para a sociedade, essas pessoas são ativas, bem dispostas e têm o tempo disponível para viver uma vida em que podem escolher o que querem fazer e como querem. É um novo momento na vida e é possível passar longe da imagem do velho resmungão.

Autor: Mona C. Cury

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