- 04 de abril de 2019

Novos temas na Educação

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A substituição etária começa a exigir novas soluções em todas as áreas do conhecimento humano e das aplicações da tecnologia. Serão milhares de produtos e centenas de novos serviços.

novos_temas_na_educacaoNão será possível conduzir a nova sociedade com participação exponencial de VIPPES sem mudanças radicais em alguns setores. Países onde a substituição etária foi ou é mais lenta e já se consolidou como parte do alicerce social conseguem executar providências que atendem parte das necessidades primárias.

Japão e Alemanha são exemplos de sociedades onde a substituição etária não se tornou sinônimo de caos social. Entretanto, a preocupação das autoridades japonesas e alemãs com o custo dessa substituição é constante e tem exigido um trabalho hercúleo de administração de políticas públicas.

Ninguém esquece o desabafo recente do ministro das finanças do Japão ao advogar publicamente a necessidade de solucionar o aumento da população de mais idade mesmo com medidas drásticas. Muitos interpretaram a manifestação como um aviso à sociedade japonesa sobre a crise que poderá derrubar a terceira maior economia do planeta. Ficou claro que o motivo da preocupação do ministro é exatamente a proporção de idosos no conjunto populacional.

A Alemanha tem problemas também ainda que em grau inferior ao japonês, mas o volume da população é menor e, portanto, um pouco mais maleável. A última manifestação importante foi da diretora-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Sra. Christine Lagarde, ao afirmar que os idosos serão responsáveis por eventual crise financeira mundial.

Seja como for, a substituição etária já está causando preocupação social intensa e a transformação em oportunidade precisa de suporte educacional. Sem uma nova visão de sociedade nos meios universitários e na educação de base, será improvável que crises de grande porte não sacudam Estados menos preparados para essa mudança etária.

Professores das redes públicas e particulares brasileiras precisam fazer uma reciclagem profunda do significado positivo da substituição etária para que se tornem mentores de uma geração que vai ter papel crucial na transição demográfica.

Não podemos nos esquecer que a redução pronunciada das taxas de natalidade e fecundidade torna as crianças um tesouro fundamental para a garantia de sobrevivência da nacionalidade. As crianças que nascerem daqui para frente nos próximos quarenta anos serão tão importantes como foram (e ainda são em alguns países) os herdeiros das coroas imperiais.

Se essas crianças não tiverem uma educação que lhes mostre de forma positiva a nova realidade demográfica, irão se frustrar à medida que se desenvolverem e perceberem que o mundo não vai ser um parque de diversões.

Já a Universidade tem uma tarefa formidável: formar os profissionais que vão planejar, desenhar e fazer funcionar eficazmente o mundo novo com VIPPES em crescimento avassalador. Médicos, engenheiros, advogados, economistas, psicólogos, administradores, profissionais em todos os campos da saúde e da tecnologia serão os responsáveis para “mudar a cara das cidades, dos produtos e dos serviços”.

A Educação direcionada para a substituição etária já em processo pode fazer deste século um novo Renascimento em todos os sentidos.

F. Aristóteles Filho

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