- 07 de abril de 2019

Matéria inadiável

0

Os meios acadêmicos devem assumir posição de franca iniciativa em alertar a sociedade sobre o envelhecimento populacional e a grande oportunidade de redesenhar o mundo em todos os aspectos.

envelhecerA geração que agora está estudando em cursos regulares do fundamental ao superior será a dos VIPPES que a partir de 2040 sentirão o peso da responsabilidade em conduzir a nova sociedade envelhecida.

Essa geração que vai comandar o País poderá estar preparada para o desafio desde que  já seja informada detalhadamente de todas as características da profunda mudança social que o envelhecimento populacional trará.

Se isso não acontecer, essa geração mergulhará em um País desesperado com a pressão social causada pelo não atendimento da maioria das necessidades básicas do pessoal de mais idade. Inicialmente será preciso que os professores do ensino fundamental sejam atualizados no tema. Evidentemente que os recursos atualmente disponíveis favorecem uma educação mais completa e mais rápida, mas é essencial que o conteúdo seja qualificado para o caso que é inédito na História.

Mostrar às crianças as características da nova sociedade envelhecida criará condições adequadas para a mudança de visão do significado da longevidade e do valor da idade.

Elas também terão que perceber que o futuro estará dependendo do preparo para ele a partir de uma posição positiva do perfil das pessoas mais idosas e das quais elas farão parte.

Nos cursos de graduação regulares e nos técnicos que começam na adolescência, só o conhecimento intensivo do envelhecimento populacional e o seu significado social de amplitude imensa poderão evitar que ocorra falta de pessoal, de ideias, de procedimentos, de produtos e de tempo para agir antes do caos potencial.

Nas áreas acadêmicas o tema já deveria ter se transformado no “cavalo de batalha” de todos os currículos. Provavelmente não está sendo possível em razão do despreparo da maioria dos mestres e doutores nesse assunto.

Entretanto, nunca é tarde para começar a agir.

Seminários, congressos, cursos de atualização, de extensão universitária e de formação avançada de profissionais de todas as atividades necessitam ser instituídos como recurso emergencial para evitar o surgimento de “picaretas” que sempre aparecem como “salvadores da pátria”.

Nas escolas de administração, economia e marketing o tema poderia se tornar a matéria obrigatória essencial e até agora são aquelas que menos tratam do assunto.

Medicina, psicologia, sociologia, arquitetura e urbanismo são setores que já podem estar dependendo fortemente dos VIPPES para sua continuidade. Nessas áreas o envelhecimento populacional já é um fato consumado e suas exigências já influenciam fortemente a atividade profissional que sofre mudanças significativas.

A Universidade é a locomotiva da mudança social porque dela depende a educação para o envelhecimento populacional; uma educação sustentada pela observação, pela pesquisa e pela visão antecipada dos fatos sociais. Isto só acontece no ambiente acadêmico, essencialmente ético e científico.

G. Hansen Jr.

Compartilhe.

Leave A Reply