- 07 de abril de 2019

Dinheiro em penca

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Uma espetacular oportunidade de negócios ainda está embrionária no País. As universidades / faculdades, instituições de ensino (ou o que seja) para VIPPES serão febre intensa nos próximos anos. ideias
Com certeza um empreendimento que se mantém ativo anos seguidos deve estar proporcionando satisfação para algumas pessoas ou grupo de pessoas.

Na reportagem “Programas de Educação Permanente” na Seção Notícias e Informações, já publicado neste Portal, informamos que uma das mais consolidadas instituições para VIPPES, a

Universidade Sênior do Centro Universitário Sant ´Anna já completou 17 anos de existência.

Outras instituições, como a Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas (SP) que foi a primeira a fazer cursos especiais para a “Terceira Idade” (agora as denominações variam muito tais como Faculdade da Maturidade, Faculdade Aberta da Terceira Idade, Universidade Sênior, etc), já chega aos 23 anos de atividade (é de 1990). A PUC da cidade de São Paulo foi a segunda a operar com cursos para pessoas da Terceira Idade, em 1991.

É importante lembrar que no início da década de 90,  no século passado, ainda não havia a projeção da altíssima velocidade do envelhecimento populacional consolidado para o século XXI. Este é um dos motivos que limitou o sucesso dessas instituições no aspecto de grande procura.

Com uma divulgação muito limitada e com todos os recursos educacionais do País sendo direcionados para os jovens (cursos universitários de graduação), os cursos para VIPPES se viram motivados a abrir as portas para pessoas a partir de 40 anos. É claro que algumas pessoas de 40 anos que ainda não tinham tido a oportunidade de fazer algum curso universitário e não tendo possibilidade por vários motivos de cursar uma faculdade, tiveram a alternativa de não ficar sem algum meio de conhecer a modernidade. Os organizadores dos cursos contavam ainda com o fato de que elas acrescentassem um bom volume de participantes nos cursos para idosos, o que não aconteceu.

Se olharmos atualmente os cursos para VIPPES sob o prisma da oportunidade de negócios, alguns indicadores podem ajudar a estabelecer e projetar os prováveis resultados:

1 – Os VIPPES que conhecem e passam pelos cursos demonstram excelente aceitação e motivação;
2 – Os VIPPES permanecem vários anos fazendo as classes de atualização – alguns continuam desde a fundação dos cursos;
3 – Os que desistem o fazem por questões de saúde ou dificuldade de chegarem ao local;
4 – Os VIPPES que participam dos cursos informam que os substituíram por psicoterapia, medicamentos para depressão e que se tornaram mais participativos na vida familiar com os parentes mais jovens (filhos, netos, sobrinhos);
5 – Os participantes são exigentes quanto à presença dos professores não aceitando suas faltas;
6 – Os participantes lamentam a existência dos períodos de férias que acompanham os cursos universitários normais e solicitam cursos extras nesses períodos;
7 – Para a manutenção das atividades os participantes não recusam participar até mesmo de colaboração financeira além das mensalidades.
8 – Os participantes em sua quase totalidade entraram nos cursos exclusivamente por indicação e comentários de amigos que os frequentavam e tiveram que superar críticas de filhos e até de netos,
9 – As acomodações em geral são inadequadas para os VIPPES de mais idade.

Qualquer observador pode analisar que mesmo com o desafio de alguns aspectos adversos, a motivação e disposição dos participantes são admiráveis e muito superior às dos estudantes dos cursos regulares de graduação.

Essas constatações permitem pensar em alguns pontos mercadológicos que poderiam ser pesquisados e adotados para fazer da educação continuada um dos grandes empreendimentos criados pelo envelhecimento populacional:

1 – Criar planos promocionais para divulgação dos cursos e das instituições que os realizam;
2 – Desenvolver uma operação de transporte que facilite a locomoção dos VIPPES até o local das atividades (ida e volta). Poderiam ser aproveitadas as peruas e ônibus escolares (onde existirem), pois os horários geralmente são diferentes e podem ser até melhor sincronizados;
3 – Criar condições de melhores acomodações para os participantes. As atuais são mais indicadas para jovens;
4 – Criar produtos diversos que sirvam de apoio para as aulas, eventos e atividades envolvendo os cursos;
5 – Maximizar as ofertas de cursos com maior número de turmas e horários alternativos;
6 – Estudar, pesquisar e, possivelmente, criar níveis diferenciados por escolaridade, condições de saúde e condições financeiras;
7 – Promover “sessões” de merchandising dentro dos cursos para a oferta e venda de produtos e serviços diversos para uso/consumo e atendimento aos VIPPES;
8 – Criar grupos de pesquisa continuada de perfil para avaliação e experimentação de novos produtos e serviços.

Naturalmente as sugestões são apenas exemplos do que poderia ser realizado. Nos próximos 40 anos os VIPPES (cerca de 98 milhões) serão praticamente a metade da população brasileira. É mercado maior que a maioria dos países do planeta.

Germano Hansen Jr.

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