- 07 de abril de 2019

Demografia e a Universidade

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A pirâmide etária já era e não será reconstruída neste século XXI. Os efeitos do envelhecimento são complexos e mexem com todo o conjunto da população, idosos ou não. O fato já entra nos currículos da Universidade?

demografia_e_a_universidadeProcuramos uma das mais importantes e conceituadas instituição de ensino do Brasil no campo do marketing. A questão foi colocada de forma muito simples: o envelhecimento etário faz parte do currículo em alguma matéria dos cursos dessa Faculdade?

Para surpresa do questionador e da própria responsável coordenadora de ensino, não havia nenhuma matéria nos cursos de graduação e, muito menos nos de pós-graduação sob o tema da demografia, envelhecimento populacional ou qualquer tema ligado à transição etária, tanto para 2012 quanto para 2013. Repetimos a mesma questão em outra Faculdade ligada aos temas sociológicos e a situação foi a mesma: não havia nenhuma referência ao assunto nos programas curriculares.
Considerando que os jovens de idade beirando os 22 anos terão que enfrentar o envelhecimento populacional logo no começo e no auge de suas carreiras, o fato se torna muito preocupante. De que adianta estudarem e praticarem o marketing, propaganda, jornalismo e demais carreiras ligadas ao estudo e entendimento de perfis pessoais e profissionais referentes aos aspectos de consumo de bens e serviços sem a visão demográfica e sua maior mudança histórica?

A Universidade tem como um dos preceitos essenciais que justificam sua existência, a preparação de pessoas aptas a conhecer, entender e atender às exigências e necessidades da sociedade. Cada área do conhecimento e da atividade humana depende da Universidade para a sua atualização destinada a proporcionar transformações cada vez mais frequentes e complexas na evolução do homem. A tecnologia se tornou uma portentosa alavanca capaz de estremecer a própria estrutura do pensamento racional aristotélico.

Com certeza há instituições de ensino que já operam com adaptações significativas em suas áreas de atividade. Isso ocorre no setor de saúde em escala crescente. A razão é a expansão já marcante da demanda por tratamento de doenças e deficiências que afligem as pessoas que ultrapassam a idade antes considerada como improvável.

A Universidade como um todo não poderá continuar com a ausência de matérias novas provocadas pelos novos fatos que movem o mundo. O envelhecimento populacional é o fenômeno inédito na história da civilização e absolutamente imprevisível no Brasil há menos de vinte anos. As suas repercussões na vida urbana, nas relações pessoais, na economia, na educação, na política, na ciência, nas artes e no futuro comporão o mais fantástico e motivador desafio acadêmico desta era.

Os programas e currículos das matérias terão que incorporar a transição etária como tema permanente nas próximas décadas. Sem contestação!

Germano Hansen Jr.

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