- 04 de abril de 2019

Retorno do Médico de Família

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Com o advento dos Convênios Médicos, Planos e Seguro Saúde, encerrou-se o longo ciclo dos “médicos de família” para a grande maioria da população.

Atualmente, ninguém sabe como, quando e quem será o profissional médico que irá atender. O atendimento médico tornou-se mais amplo e graças aos Convênios, a medicina ficou mais popularizada. Mas a perda do “médico de família” reduziu de maneira drástica a qualidade e rapidez nas situações de emergência.medico_familiaO conhecimento prévio do paciente, de sua vida e dos seus problemas de saúde através dos anos, facilitavam sobremaneira o diagnóstico e vez por outra, até por telefone havia condições de uma orientação segura e confiável.

No caso dos VIPPES, a perda foi maior porque o desaparecimento de todo o longo histórico deles tornou mais difícil para o médico de Convênio, identificar novos ou já conhecidos problemas. Na tentativa de diagnosticar sem a possibilidade de uma boa “anamnese” (histórico de saúde), o médico solicita exames diversos e aí decorre maior tempo para o tratamento e maiores transtornos para os pacientes.

Como se sabe também, a confiança é um dos fatores que influencia na cura, a falta do “médico de família” diminui as condições de sucesso nos resultados desejados.

O pior é que a compreensão profissional dos problemas de saúde dos VIPPES, exige uma especialização que não se obtém a curto prazo. Há um “déficit” no número de médicos geriatras e gerontólogos no campo das especialidades médicas. Como os “médicos de família” acompanhavam os seus pacientes durante anos e mesmo décadas, a “geriatria” se exercia quase como continuidade natural de todo um processo de conhecimento do paciente. O VIPPES nada mais era que o jovem ou a criança que o profissional tratara durante tanto tempo.

Até os pediatras eram consultados para problemas que afetavam marmanjos e moçoilas já “tiazinhas”.

Com a expansão acelerada do número de VIPPES, parece indicado o retorno dos “médicos de família”, possivelmente com uma guinada para a geriatria. Seriam médicos, mesmo de Convênios, com a característica de atenderem pacientes a partir dos 50 anos e os acompanharem nos anos seguintes. Esses médicos ficariam com um cadastro de determinado número de VIPPES – talvez 30 a 40% do quadro de pacientes – para atendimento continuado. Isso facilitaria diagnósticos, reduziria a quantidade de exames, aceleraria o início de tratamentos e, com certeza, melhoraria o nível de insatisfação e depressão dos pacientes. A economia real no processo permitiria melhorar significativamente a remuneração dos profissionais que fizessem esse tipo de atendimento.

Por que não desenvolver esse projeto?

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