A osteoporose não é apenas uma patologia que afeta pessoas de qualquer idade e, principalmente, os VIPPES. Ela é um obstáculo ao desenvolvimento do País e de sua economia, prejudicando toda a sociedade.
Alguns estudos e estatísticas demonstram que a osteoporose atinge quase 70% dos VIPPES a partir dos 70 anos, ainda que só metade venha a apresentar sintomas. É de certa forma uma doença “que não dói”.
Então onde reside o problema?
O fato de metade das pessoas não apresentarem sintomas não significa que a doença esteja inativa. Na verdade ela é progressiva e provoca alterações esqueléticas que acaba comprometendo a qualidade dos ossos, tornando-os frágeis. Muitos VIPPES, principalmente mulheres (que com a idade se tornam mais sujeitas à doença em razão de deficiências hormonais), percebem a doença por ocasião de exames para outros diagnósticos. Pior ainda é tomar conhecimento da osteoporose na ocorrência relativamente comum das chamadas fraturas patológicas (quebra de um osso – principalmente o fêmur – sem nenhuma razão aparente).
Com a ocorrência de fratura, os VIPPES se tornam vítimas de outros problemas ocasionados não apenas pela dificuldade da consolidação óssea, mas doenças provocadas pela inatividade forçada e mesmo pelo receio de novas fraturas.
A questão é tão grave que nas fraturas de corpos vertebrais e quadril, cerca de 15% dos atingidos não sobrevivem nos primeiros seis meses e metade deles dependerá de auxílio para a sobrevivência diária.
As Nações Unidas (OMS) definiram a osteoporose como a “epidemia silenciosa do século XXI”. De quantas pessoas estamos falando? (70% dos VIPPES de 70 anos em diante). Pelo censo de 2010 seriam 5,5 milhões de VIPPES (2,2% da população). Em 2020 serão 8,5 milhões (4,1% da população) e em 2050 “apenas” 24 milhões, ou seja, 11% de VIPPES com osteoporose em 215 milhões de habitantes. Qual a economia que vai suportar os custos de 11% da população com uma patologia de caráter epidêmica e silenciosa na conceituação da OMS? Impossível!
É possível evitar a osteoporose?
Eliminá-la talvez seja atualmente uma utopia, mas várias medidas podem ser tomadas para a sua redução. Diagnósticos antecipados, dietas alimentares, exercícios direcionados, tratamentos sintomáticos e preventivos, além de cuidados adequados após a constatação clínica. Um bom exercício é calcular quanto a osteoporose e sua ação impeditiva da locomoção e da atividade vai reduzir o PIB nacional ou, no mínimo, comprometê-lo na sobrevivência de mais de 10% da população. Aí sim, inativa por uma patologia previsível.
É preciso agir imediatamente. Preparo de programas nacionais contra a osteoporose, criação de sistemas de diagnóstico e controle, adoção de políticas de prevenção nas seguradoras e convênios médicos e, principalmente, uma ação conjunta do Governo e da Iniciativa Privada para quebrar a previsão preocupante.
Germano Hansen Jr.
