- 03 de abril de 2019

O lucro da prevenção

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Quando se defende com unhas e dentes a necessidade da prevenção de saúde em relação aos VIPPES, também um dos fatores principais é o custo da doença. E é muito elevado.

Como se pode avaliar corretamente o custo da doença? E o da prevenção?

Vamos usar uma argumentação racional e não tecnicista que poderia e deve ser feita por especialistas.

A visão neste artigo é levantar a questão e demonstrar que nesse tema reside um dos maiores custos do envelhecimento e em contrapartida pode também revelar os maiores lucros do mesmo.

A diferença entre maiores custos e maiores lucros estará exatamente na quantidade e na qualidade da prevenção.

Comecemos pelos custos.

VIPPES que descubram possuir diabetes apenas quando adentram um pronto-socorro com sintomas evidentes, passarão a partir dessa constatação em situação aguda a enfrentar muitas crises. Em grande número de casos, alguns dos efeitos do diabetes não diagnosticada antes não oferecem mais chance de cura ou cura total. As consequências acompanharão os pacientes para o resto da vida.

Os custos envolvidos serão tanto maiores quanto mais tempo se passou para estabelecimento do diagnóstico e quanto mais problemas médicos crônicos foram identificados.

Outro exemplo é o câncer de próstata, A maioria dos casos – aqui o levantamento é exaustivo e preciso – ocorre quando os VIPPES masculinos não conseguem mais urinar, ter ereção, urinar sem dor ou sofrer de cólicas e dores frequentes na pélvis ou região escrotal. A hiperplasia benigna da próstata, já desenvolvida, não oferece melhor oportunidade de regressão e é ainda a alternativa melhor que o câncer, mas também terá que ser tratada e por vezes exigirá intervenção médico-cirúrgica.

Os custos hospitalares são elevados e os efeitos colaterais podem se tornar crônicos em boa parte dos casos.

Se o diagnóstico na situação aguda for de malignidade, os custos crônicos serão elevados porque envolverão medicina especializada, cirurgias, radioterapia, quimioterapia, controles vitalícios e serviços laboratoriais clínicos e de imagem também de custo alto.

Quando os VIPPES decidem pela prevenção nas situações acima, boa parte dos casos poderá evitar providências de caráter drástico e as chances de regressão da doença, cura total ou parcial, tratamentos medicamentosos e ausência de cirurgias e ambiente hospitalar significarão redução significativa de custos, que pode variar de vinte a oitenta por cento. Mesmo ocorrendo um aumento de custos em curto prazo face ao aumento do número de consultas e exames diagnósticos, ele se reduzirá substancialmente na continuidade em comparação com custos sempre elevados e crescentes nos casos avançados.

Há ainda um custo indireto que pode variar muito. A prevenção na quase totalidade dos casos mantém os pacientes em atividade, portanto, produtivos economicamente nos casos em que trabalham. Já nos casos agudos não diagnosticados antes, a maior incidência de casos afeta temporária ou definitivamente o trabalho. Neste caso o ganho ou lucro é evidente e aumenta no tempo.

Todo investimento que se fizer em prevenção proporcionará lucro porque os custos serão compensados pela economia que se registrará nos anos seguintes. Basta uma política de benefícios para os investimentos em prevenção para que a sociedade lucre em todos os sentidos e todos possam ganhar.

O mal das estatísticas é que elas são setorizadas e nunca mostram todos os ângulos dos temas. Quando isso é realizado, fica mais simples identificar os benefícios de determinadas ações como a prevenção da saúde.                 

F. Aristóteles Filho                                   

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