- 04 de abril de 2019

Reeducação profissional

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O envelhecimento populacional fará com que muitos profissionais – que queiram ou precisem continuar a trabalhar – tenham que se reeducar para atividades novas e diferentes das habituais.

reeducacao profissionalMilhões de pessoas vão expandir a população de pessoas de 50 anos em diante. Cerca de quase um milhão e meio de habitantes a mais por ano adentrará essa multidão subdividida em faixas de 60, 70, 80, 90 e 100 anos em diante.

Quem atenderá esse pessoal? A primeira resposta seria: os jovens que estão vindo aí.

Lamentavelmente essa resposta não se sustentaria porque há uma redução muito pronunciada nas taxas de natalidade e fecundidade. Tal redução é, na verdade, o principal motivo do envelhecimento populacional. Parte deste se deve à melhoria das condições gerais da sociedade que elevam a esperança de vida para níveis mais elevados, mas é muito mais significativa a diminuição dos nascimentos. Mesmo a redução na mortalidade infantil não compensa a queda na natalidade.

Nessas circunstâncias a população existente envelhece e a “reposição” é muito menor que aquela do último século. Voltamos à questão inicial: quem atenderá o pessoal de mais idade? Já comprovamos que não se contará com os jovens em significativa menor quantidade. Então com quem contar? Obrigatoriamente a sociedade precisará contar com a população que mais cresce, ou seja, com as pessoas de 50 anos em diante.

O País não poderá mais assistir a maior parte dessa turma descansando nos sofás vendo televisão ou nas praças jogando damas. Muitos terão que continuar trabalhando ou retornar ao mercado de trabalho. Mais do que trabalho talvez seja melhor falar em atividade. Terão que voltar a alguma atividade remunerada preferencialmente ou voluntária e solidária.

O ideal seria manter uma atividade similar ou muito parecida com aquela mantida na maior parte da vida profissional, entretanto, isso não será muito simples. Muitas atividades diferentes formarão um novo leque de possibilidades de trabalho. Pessoas idosas exigirão muitos esforços ligados às dificuldades físicas e de mobilidade.

Certamente, os graus de problemas serão muitos e ainda não é possível estabelecer previsões confiáveis porque faltam dados históricos. Alguns aspectos, porém, podem ser admitidos como definidos em seus contornos: serão imprescindíveis acompanhantes diurnos e noturnos, cuidadores especializados com conhecimentos mínimos em fisioterapia, enfermagem e exercícios físicos. Também deverão apresentar convenientes noções essenciais sobre comportamento e doenças em geral. Não podemos nos esquecer ainda da necessidade de informação, treinamento e atualização na área de informática já praticamente fixada no cotidiano normal.

Na maioria dos casos, esses aspectos não faziam parte do rol daqueles mais comuns até a quinta década de vida. Como então as pessoas poderão executar essas novas atividades sem nenhuma experiência anterior e sem um preparo mínimo adequado? Esse é um dos grandes desafios da transição etária. Um amplo projeto de reciclagem profissional precisa ser apresentado e aprovado para que os “novos idosos” ativos possam exercer funções necessárias para garantir a sobrevivência dos mais velhos que eles.

Reciclagem talvez não seja o termo mais correto. Reeducação é mais abrangente e significa todos os meios possíveis para proporcionar melhores condições de exercício de novas atividades. Simpósios, palestras, cursos regulares, cursos especiais, ensino programado à distância e quaisquer outros recursos tecnológicos deverão ser implantados para formar a nova força de trabalho da sociedade envelhecida, os milhões de Vippes de 50 anos em diante.

Germano Hansen Jr

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