- 05 de abril de 2019

Pior que Alzheimer

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Foto: ReproduçãoÉ muito fácil perceber o que está acontecendo com o aumento da população de VIPPES em matéria de comportamento social. De um lado encontra-se gente ativa, disposta a aproveitar a nova situação proporcionada pela sociedade que envelhece. Do outro, lamentavelmente, descortina-se um mundo blindado e temeroso de gente incapaz de se adaptar à realidade etária.

Vamos aos fatos que podem, por exemplo, ser observados comprovadamente nas Faculdades/Universidades abertas à Maturidade/Terceira Idade/Sêniores/VIPPES, etc.
Centenas de VIPPES frequentam as “aulas” ou “atividades” duas a três vezes por semana na maioria desses novos centros de cultura e aprimoramento pessoal.
Qualquer observador, por mais distraído que seja, percebe que em cada dezena de “estudantes” que entra pelos portões, só um é do sexo masculino. Isso quando existe um.

Como se pode explicar tamanha aberração?

Em todas as faixas etárias há predominância do sexo feminino, mas nunca na proporção de apenas dez por cento de homens. Homens não precisam de aprimoramento ou pelo menos de expansão social? O que se esconde atrás do comportamento masculino ao recusar a participação em atividades ligadas ao aspecto sociocultural?

Para falar de grandes números, a mais antiga Universidade Aberta À Maturidade no Estado de São Paulo, que conta com cerca de quinhentos VIPPES frequentando suas classes, registra apenas trinta homens matriculados. São quatrocentos e setenta mulheres que vivenciam a maturidade com disposição e alegria.
Onde ficam os quatrocentos e tantos homens que não se matricularam? Fazendo o quê?

Jogar futebol não dá mais! Bater papo nos bares da vida e tomar cachaça não é tão viável! Ir atrás de “gatas” não parece fácil! Jogar damas, truco, buraco, pôquer e videogame nas praças públicas, clubes e bordéis não pega bem, principalmente, no âmbito familiar. Ficar dormitando no sofá da sala pensando que está vendo televisão é programa para parasita social.

Então, onde estão os homens? O que sobrou do sexo que dominou a pré-história, a história e que parecia poder reinar no futuro?

As VIPPES comparecem a teatros, shows, palestras, programas culturais, bailes, festas e vão a qualquer lugar onde a pessoa é o centro das atenções. Elas não se importam com a gravidade indecorosa que derruba seus seios antes empinados, não se intimidam com as curvas da coluna lombar que impedem o gingado dos quadris que perturbavam os sonhos dos machos, não se desesperam pela ausência das cabeleiras que fascinavam, não se encolhem dentro de túnicas que poderiam esconder as rugas e sinais da idade.
As VIPPES se tornam pertencentes ao mundo atual. Adaptam-se à realidade etária e fazem da idade uma alavanca para avançar.

Onde estão os homens e onde estarão nas próximas décadas?
Será que ficarão enfurnados em suas casas como se elas fossem tocas acolhedoras e isentas de desafios?
Psicólogos, sociólogos e pesquisadores precisam conhecer o que está ocorrendo com o sexo masculino que parece não estar pronto para o envelhecimento populacional. É preciso que os homens compreendam, inicialmente, e aceitem a idade madura sem que se sintam inadequados para aproveitá-la. O vigor sexual reduzido, limitado, esgotado, não pode dar espaço para uma metástase no cérebro, nos sentimentos e na motivação para viver.

As Faculdades/Universidades para VIPPES precisam de homens. No mínimo para que se imponham como cavalheiros para as damas que precisam de um braço amigo ao invés de uma bengala ou andador.

G. Hansen Jr.

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