A necessidade de levantamento contínuo do Perfil dos VIPPES se torna cada vez mais evidente e urgente. Prova disso são os dados extraídos do IBGE em um de seus mais interessantes levantamentos. Comprove!
Não há mais nenhuma dúvida, entre os especialistas que analisam o envelhecimento populacional, que a velocidade do fenômeno no Brasil é impressionante e maior que a observada em quase todas as mais de 230 nações que compõem o planeta Terra.
É essa velocidade que torna a ladeira da transição etária uma pista em que qualquer erro ou negligência pode levar a um acidente de proporções sérias e complexas.
Seguem algumas tabelas que mostram uma mudança de situação demográfica preocupante.
Utilizamos um critério simples para definição dos períodos levantados:
Período base: anos 2000 a 2008
Período comparativo: anos 2008 a 2013
Por que esses dois períodos?
1º) Para trabalharmos com os dados mais recentes possíveis. A situação anterior ao ano 2.000 poderia provocar uma distorção exagerada nas diferenças. Então é melhor utilizar números deste século apenas e assim reduzir as margens de mudança.
2º) O ano de 2008 trouxe a divulgação do Guia Global Cidade Amiga do Idoso da OMS e que dita as orientações para os governos mundiais no planejamento estratégico em prol da qualidade de vida dos idosos. É interessante avaliar a situação demográfica existente na época da divulgação do Guia e a situação em 2013, apenas 5 anos da publicação do Guia.
3º) Os dados apresentados são extraídos da publicação do IBGE “Projeção da População do Brasil por Sexo e Idade – 1980/2050 – Revisão 2008).
Mas é certo comparar um período base de oito anos (2000/2008) com um período de cinco anos? (2008/2013)
O fato é que os números são tão preocupantes que mesmo usando períodos não similares, o resultado não melhora nada a velocidade do processo. E é essa velocidade que pode provocar o estrangulamento nos problemas da sociedade.
Vejamos os dados nas tabelas:
Atualização
|
2008 |
2013 |
Crescimento populacional |
Variação em % |
|
| População total |
189.612.000 |
198.043.000 |
8.431.000 |
4,4 |
| Idosos (60 em diante) |
17.984.000 |
21.384.000 |
3.400.000 |
18,9 |
Atenção: o aumento no número de idosos cresceu 4,3 vezes mais que a população total.
| Variação daPopulação | População a maior(de idade abaixo 60 anos) | Participaçãoem %
na variação |
Aumento dapopulação de
60 anos em diante |
Participaçãoem %
na variação |
| 2000/2008 |
14.262.000 |
77,8 |
4.070.000 |
22,2 |
| 2008/2013 |
5.031.000 |
59,7 |
3.400.000 |
40,3 |
Atenção: o aumento da variação populacional em cinco anos (de 2008 para 2013) chegou em 40,3% às pessoas de 60 anos em diante enquanto no período 2000 a 2008 (oito anos) foi de 22,2%.
| Redução da população por classe etária | Crescimento da classe etária abaixo de 60 anos | Crescimento da classe etária de 60 anos em diante |
|
2000/2008 |
14.262.000 |
4.070.000 |
|
2008/2013 |
5.031.000 |
3.400.000 |
|
Redução |
9.231.000 |
670.000 |
|
% |
64,7 |
16,5 |
Atenção: a redução no crescimento da classe etária da população abaixo dos 60 anos foi de 64,7% em relação ao período de oito anos anteriores contra apenas 16,5% da classe de 60 anos em diante.
Conclusão dos números acima: comprovação de uma velocidade excepcionalmente elevada no envelhecimento populacional brasileiro.
Assim é possível determinar que todas as pesquisas realizadas em cinco anos antes não refletem mais a realidade atual, muito diferente. O perfil dos VIPPES vai sofrendo alterações de acordo com sua composição na sociedade que vai dissolvendo a classificação de minoria demográfica.
A percepção da mudança da importância social provoca alterações na perspectiva de vida. Viver sentindo a pressão de 90% da sociedade é por demais inibidora dos desejos e sonhos. À medida que, de forma muito rápida, os idosos percebem que vão se tornando mais numerosos e que sem eles os negócios vão começar a se desestabilizar, irão adquirir maior força para continuarem a viver e acreditar que ainda poderão matar a vontade de fazer ou ter algo que ainda não haviam conseguido.
Aí está o novo perfil dinâmico e quase volátil que as empresas precisam levantar continuadamente para que aproveitem as novas oportunidades que vêm junto com a transição etária.
Germano Hansen Jr.
