- 07 de abril de 2019

Como pensam os VIPPES

0

O assunto exclusivo do Portal VIPPES Negócios é o envelhecimento populacional com a importância dos VIPPES nesse processo. É essencial saber como agem e como pensam os VIPPES. Mas há dificuldades.

artigo_3O maior de todos os problemas para conhecer o perfil dos VIPPES é exatamente a dinâmica do envelhecimento populacional. VIPPES que vivem hoje estão acostumados com a sociedade que não valoriza as pessoas de mais idade.

Acontece que essa situação vai mudar, mesmo que os membros da sociedade queiram ou não. E a transição muito rápida causará mudanças comportamentais com uma velocidade também surpreendente. Qualquer pesquisa sobre o perfil dos VIPPES valerá por um pequeno período de tempo. Não é fácil estabelecer,  matematicamente,  o intervalo entre as pesquisas, mas vários critérios serão utilizados como parâmetros. Um deles será adequar os intervalos de pesquisa conforme a idade dos VIPPES.
Diariamente, mais de quatro mil novos membros são acrescidos à classe, atingindo um total de mais de 120 mil VIPPES no mês. Esses novos VIPPES apresentam uma maneira de agir e pensar totalmente diferente daquela que compõe as faixas de idade mais elevada.

Hoje, um VIPPES de 53 anos, certamente,  já operou com a informática desde sua entrada no mercado de trabalho por volta de 1980 e já se habituou à Internet nos últimos dez anos. Um VIPPES de 83 anos, entretanto, passou parte significativa de sua vida profissional sem o recurso da informática e muito provavelmente sem ter usufruído dos benefícios da Internet.

Esta análise leva em conta hipóteses de VIPPES urbanos de grandes cidades e que trabalharam com empresas de médio a grande porte. A informática não era utilizada de forma ampla como acontece nos últimos vinte anos. Outros critérios como condição econômico-financeira, sexo, escolaridade, saúde também exercem efeitos consideráveis no perfil dinâmico.

Enquanto não se realizam pesquisas em larga escala e dinâmicas como a própria velocidade da transição etária, podemos comentar sobre a, provavelmente,  mais extensa e completa pesquisa sobre perfil dos idosos já realizada no País nos últimos anos.

Trata-se da pesquisa realizada pela Fundação Perseu Abramo em 2006, sob iniciativa conjunta do SESC Nacional e do SESC São Paulo (Gerência de Estudos da Terceira Idade) e do Núcleo de Pesquisa de Opinião Pública (NOP) da Fundação Perseu Abramo (coordenação do cientista político Gustavo Venturi e da socióloga Marisol Recamán. Analista Vilma Bokany e processamento de dados de Rita Dias).

Foram entrevistadas domiciliarmente 2.136 idosos com 60 anos ou mais e 1.608 pessoas de 16 a 59 anos (para investigar a imagem que elas possuem da velhice e do envelhecimento). O período da pesquisa foi de 01 a 23 de abril de 2006.

Foram pesquisados 204 municípios (pequenos, médios e grandes), distribuídos nas cinco macrorregiões do país (Sudeste, Nordeste, Sul, Norte e Centro-Oeste).

Cento e cinquenta e cinco perguntas foram dirigidas aos idosos (com 350 variáveis) e 75 perguntas aos não idosos. A margem de erro nas várias alternativas ficou entre 2 e 3%, com intervalo de confiança de 95%. Os resultados fornecem uma ideia muito interessante de como os idosos e os não idosos entendem e sentem a idade.

Como a pesquisa foi muito ampla, muitas são as conclusões ou indicações que se pode tirar. Os autores e outros especialistas em terceira idade editaram um livro pela Editora da Fundação Perseu Abramo, com excelente análise dos resultados – “Idosos no Brasil – Vivências, Desafios e Expectativas na Terceira Idade” com a professora Anita Liberalesso Neri como organizadora.

Atualizações serão uma grande contribuição para o correto entendimento das mudanças que ocorrerão com o envelhecimento populacional em curso.

Germano Hansen Jr.

Compartilhe.

Leave A Reply