Com a sociedade envelhecendo de forma muito rápida, torna-se conveniente criar mecanismos que permitam encontrar solução para inúmeros problemas e dificuldades criadas nesse processo demográfico inédito.
Algumas nações colocaram em prática os chamados “banco de ideias”. O Japão, no caso, recebia de seus habitantes todas as sugestões para melhorar ou resolver questões da vida prática. Algumas das inovações pareciam ser totalmente inúteis e sem sentido. Uma delas, por exemplo, recomendava a construção de uma pista de esqui artificial para utilização na primavera/verão, quando a neve e o gelo desaparecem por completo. A justificativa do autor era a preocupação com a manutenção do trabalho e da vida nas áreas de turismo que florescia no Inverno.
As autoridades japonesas não jogaram a ideia no lixo. Atualmente são inúmeras as pistas artificiais de esqui em todo o mundo e até em regiões onde nunca caiu a neve.
Outro País que promove o recebimento de ideias é a China e milhares delas estão sendo aproveitadas de formas diversas. Muitas empresas multinacionais adotaram o esquema de sugestões e as famosas “caixinhas” de sugestões ou de ideias se tornaram conhecidas. Em algumas diversificações até premiação e promoção eram oferecidas às melhores “novidades”. Bill Gates, o maior magnata da era moderna, tentou “vender” a sua ideia do computador pessoal para a empresa em que trabalhava, a poderosa IBM então construtora das máquinas mais “inteligentes” do planeta.
Chegou a hora de o País criar o seu Banco de Ideias para o novo mundo de expansão dos VIPPES.
A vantagem de se criar um Banco é que não haverá necessidade de pagamento de “royalties” fantásticos. Prêmios adequados poderão ser instituídos para as sugestões que se tornarem aproveitáveis.
Outra grande oportunidade é conhecer as reais necessidades dos VIPPES porque, mais do que ninguém, eles terão as justificativas para sugerir produtos, serviços ou providências que realmente necessitam. Da mesma maneira que só quem usa filtro de água pode sugerir melhorias no processo de filtragem.
O Brasil já conta com mais de 44 milhões de VIPPES. Se 0,01% ou 4 mil pessoas sugerirem ideias e apenas 10% delas forem realizáveis, serão quatrocentas novidades que poderão fazer a diferença na solução dos desafios do envelhecimento. Entre essas quatrocentas ideias, talvez quatro possam ser tão fantásticas quanto foi o primeiro vôo do mais pesado que o ar, o “14-Bis” de Santos Dumont e que abriu caminho para os milhares de aviões que cobrem os céus do planeta a cada hora.
Um VIPPES de cérebro arejado pode dizer como teria mais conforto e segurança em realizar alguns atos como, por exemplo:
– adentrar um automóvel
– fazer um café
– calçar um sapato
– chamar um taxi
– subir ou descer uma escada
– tomar um remédio
– ir a um teatro ou cinema
– fazer a barba
– operar um microcomputador
– ligar e programar um forno de micro-ondas
– despachar uma encomenda pelo correio
– fazer compras pela Internet
– escolher um cuidador
– arrumar a cama antes de dormir ou após levantar
– manusear o controle automático de equipamentos eletrônicos
– como deveria ser o banheiro
– como deveria ser a cozinha
A lista não terminaria aí e acabaria envolvendo a casa, o trabalho, a cidade e a sociedade de forma geral.
Um crítico poderia alegar que para todos os casos acima descritos já existe mais de uma solução. Sim, é verdade!
Também é verdade que colocar borracha (pneus) nas rodas metálicas ou de madeira tornou muito melhor o transporte. Também é verdade que os aparelhos descartáveis de fazer barba são melhores que as navalhas. E por que fazer CDs quando os discos de vinil soavam tão bem?
Invenções, soluções, melhorias, avanços são características inerentes ao ser humano. Criar um Banco de Ideias para o novo mundo dos VIPPES pode ser tão importante quanto o criador da bicicleta, ou do celular, ou da penicilina, ou do implante dentário, ou do marca-passo cardíaco, ou… Esta é também mais uma sugestão. Não é inédita, mas já foi bem usada antes. Quem sabe?
G. Hansen Jr.
