- 07 de abril de 2019

Cidades dos VIPPES

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A construção de novas cidades tem sido comum nas últimas décadas e a tendência será de aceleração nessa iniciativa. Na Ásia tornou-se quase o padrão. Brasil conhece Goiânia, Brasília e Palmas.

guia cidade amiga do idosoAs maiores cidades do planeta, com raras exceções, apresentam dificuldades nem sempre superáveis para projetos de adequação às novas exigências arquitetônicas e tecnológicas.

Não bastasse isso e ainda passa a ser imprescindível o atendimento às recomendações da OMS contidas no Guia Global Cidade Amiga do Idoso.

Por melhor que seja a administração pública nos grandes municípios, a reconstrução deles é complexa e com prazos praticamente inviáveis.

Quando na década de 1950 o Brasil decidiu pela construção de uma nova capital, as reações iniciais foram negativas e a capital oficial, Rio de Janeiro, lutou em todas as frentes administrativas e políticas para evitar que o projeto se materializasse.

Brasília foi inaugurada em 1960 e durante duas a três décadas foi considerada cidade-modelo em todo o mundo. Com as novas tecnologias construtivas e as novas características demográficas etárias, Brasília já perdeu a atualidade.

As novas estrelas urbanas estão no Oriente Médio – paraíso do petróleo – e na Ásia, principalmente,  na China.

No Japão a modernização de Kobe foi forçada por terremoto arrasador.

O envelhecimento populacional no Brasil não ficará isento de ações de grande porte na adequação de grandes cidades aos novos e ampliados contingentes de VIPPES.

Por que não pensar em novas cidades?

Economicamente se evitaria gastos imensos com desapropriações de grande custo e adaptações nem sempre de resultados adequados.

A derrubada de grandes áreas provoca complicadas ações judiciais, transtornos nos transportes públicos e particulares e inflação generalizada nos custos de serviços e produtos.

O deslocamento de grandes grupos da população é outro aspecto de cunho social que pode dar início às áreas de insatisfação crônica e na maioria das vezes sem solução.

De forma mais rápida com custos sensivelmente menores, uma nova cidade planejada dará nova e promissora melhor qualidade de vida para uma nova sociedade envelhecida.

Ruas, avenidas e praças projetadas de acordo com a acessibilidade necessária para os sistemas de transportes próprios para VIPPES; edifícios públicos com todos os requisitos arquitetônicos de acordo com o Guia Global; comércio e serviços montados e disponibilizados coerentemente com a estrutura funcional urbana objetivada, isto é, voltada para atender toda a população sem discriminar os VIPPES.

Quanto ao custo da nova cidade em relação ao custo de adaptação da antiga é até possível que seja menor em valores absolutos. Vale a pena avaliar.

Alguém poderia argumentar:

“-E o que faríamos com a cidade mais antiga? Deixá-la de lado para ir se destruindo lentamente?

De maneira nenhuma. Providências de adaptação não estruturais poderiam ser preparadas em conjunto com a iniciativa privada, em longo prazo. Poderia ser prevista participação da sociedade nessa operação “renovação”. Mínimas desapropriações, muita criatividade, inteligentes estímulos da administração pública e principalmente boa vontade política.

A modernidade precisa de novas maneiras das autoridades públicas e de todos os agentes ativos da sociedade encontrar alternativas que antes eram impraticáveis. Criar cidades é uma grande oportunidade que o envelhecimento populacional proporciona para a demonstração da competência do homem em vencer desafios aparentemente impossíveis. A civilização avança e há necessidade do uso de todos os benefícios que ela desenvolveu talvez para atender especialmente as novas gerações com participação de VIPPES em proporção gigantesca e provavelmente majoritária antes do final deste século.

G. Hansen Jr.

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