O Guia Global “Cidade Amiga do Idoso” preparado pela OMS sob coordenação do gerontólogo brasileiro Alexandre Kalache e de Louise Plouffe, tem uma seção (8) destinada à participação social amigável ao idoso.
O excelente Guia Global da OMS (Organização Mundial da Saúde) foi realizado com suporte de dados de uma pesquisa em 33 cidades de vários portes em todo o mundo. Foram ouvidos idosos, cuidadores e prestadores de serviços.
O Guia é um documento muito interessante, abrangente e útil para planejamento de todas as políticas públicas em todo o mundo em razão do envelhecimento populacional.
As orientações são apresentadas de uma maneira sintética e objetiva.
Nenhuma prefeitura deveria desconhecer o Guia Global. O Portal VIPPES Negócios recomenda que todos os prefeitos e vereadores de todos os municípios brasileiros conheçam o Guia em todos os seus detalhes. São apenas 66 páginas e pode ser acessado na Internet, em português.
Nas cidades de menor porte as recomendações poderão ser aplicadas mais rápida e facilmente porque em toda obra e serviço público será possível o planejamento e execução atendendo o “checklist” da OMS.
Em alguns itens as providências são de caráter político. Compreendem decisões de caráter apenas financeiro não envolvendo obras ou mudanças radicais na estrutura urbana.
Em contrapartida alguns itens levam a transformações significativas nas vias públicas e nos espaços em geral. Também a iniciativa privada tem envolvimento direto nas transformações já que produtos e serviços necessitarão de reformulações.
A adoção do Guia Global da OMS ocasionará uma espetacular melhoria na qualidade de vida não apenas dos idosos, mas de toda a sociedade.
As cidades que tomarem a iniciativa na adoção do Guia Global da OMS como referência para todos os seus projetos urbanos tornar-se-ão modelos para as demais e com certeza atrairão negócios e novos moradores exatamente quando já se iniciou o processo de redução demográfica no País.
A participação social amigável ao idoso é um dos aspectos que pode favorecer substancialmente a qualidade de vida de qualquer cidade para a parcela importante e numerosa da sociedade. Os idosos de 60 anos em diante logo serão um terço da população.
Eis o checklist do Guia Global “Cidade Amiga do Idoso” da OMS para a Seção Participação Social Amigável do Idoso:
Atividades e eventos acessíveis
• A localização em seus bairros é conveniente para os idosos, com transporte variado e de baixo custo.
• Os idosos têm a possibilidade de participar com um amigo ou cuidador.
• O horário dos eventos é conveniente par os idosos.
• O ingresso para um evento é aberto (por exemplo, não precisa ser sócio), e a entrada no local, assim como a compra de ingresso, é um processo rápido, de uma única fase, que não requer que o idoso fique na fila por muito tempo.
Custo acessível
• Eventos e atividades, e as atrações locais são financeiramente acessíveis aos participantes mais velhos, sem custos ocultos ou adicionais (como custo de
transporte.
• As Instituições de voluntários têm o apoio do setor público e privado para manter baixo o custo das atividades para idosos.
Diversidade de eventos e atividades
• Existe uma gama de atividades para atender aos interesses das diferentes populações de idosos, cada uma das quais com seus gostos e particularidades próprias.
• As atividades comunitárias estimulam a participação de pessoas de diferentes idades e formação cultural.
Locais e ambientes
• As reuniões e eventos para idosos ocorrem em diferentes locais das comunidades, como centros recreativos, escolas, bibliotecas, centros comunitários localizados em bairros residenciais, parques e jardins.
• Os prédios são acessíveis e devidamente equipados para permitir a participação de pessoas com deficiência ou que necessitem de cuidados especiais.
Promoção e divulgação das atividades
• As atividades e eventos são divulgados aos idosos; as informações descrevem as atividades, a acessibilidade do local onde será realizada, assim como as opções de transporte.
Combate ao isolamento
• Convites pessoais são enviados para promover as atividades e estimular a participação.
• É fácil participar dos eventos, que não exigem qualquer formação ou conhecimento (incluindo alfabetização).
• Um membro de um clube que não mais comparece às atividades é mantido na mala direta do clube, a menos que haja solicitação expressa para sua exclusão da relação.
• As organizações devem estimular a participação dos idosos que se isolam, por meio de, por exemplo, visitas pessoais ou telefonemas.
Estimulando a integração com a comunidade
• Os prédios e instalações comunitárias propiciam a utilização compartilhada, para diferentes finalidades, por pessoas de diferentes idades e interesses, e estimulam a interação entre os grupos de usuários.
• Reuniões e atividades fomentam o relacionamento e o intercâmbio entre os residentes do bairro.
Seguindo o checklist acima, o ambiente se tornará efetivamente amigável para os VIPPES de 60 anos em diante e também para os de 50 anos em diante e para todos aqueles de qualquer idade que convivem com eles.
Germano Hansen Jr.