- 04 de abril de 2019

Geriatria e o sexo masculino

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Divulgação sobre saúde do idoso é deficiente para o sexo masculino. A maior parte das informações tem no público feminino o alvo principal e em muitos casos, único. E o homem VIPPES como fica?

conveniosA geriatria é uma especialidade médica que trata do ser humano a partir dos 50 ou mesmo dos 40 anos (mais recomendável ainda). Mencionamos “ser humano” para não especificar nenhum sexo.

Tanto a mulher quanto o homem vão sofrer o mesmo processo de degeneração celular, independentemente das diferenças de compleição e de hormônios.

Com o envelhecimento populacional um maior número de homens vai chegar a idades mais longevas e com alguns problemas de saúde ou no mínimo com necessidade de medidas de prevenção. Só que a maioria não sabe e parece não querer saber que a idade mais longa é acompanhada por deficiências ou insuficiências orgânicas.

Algumas exceções muito bem-vindas se destacam vez por outra e exemplo disso é um excelente artigo publicado no suplemento “Viver bem –saúde & bem-estar” do jornal Gazeta do Povo de Curitiba (PR) com o título de “Supervulneráveis”. O artigo tem o texto de Amanda Milléo e boas ilustrações de Oswalter Urbinati Filho.

O artigo é muito interessante do começo ao fim e resume de maneira inteligente e fácil o que realmente acontece no País inteiro. Transcrevemos a chamada inicial:

“Não, o sexo forte não é invencível. Sim, os homens devem buscar ajuda médica. A expectativa de vida dos brasileiros é 7,6 anos menor que a das mulheres, segundo dados do Ministério da Saúde. Além da suscetibilidade natural às doenças, especialmente após os 40 anos, esta discrepância reflete a falta de iniciativa masculina em fazer exames preventivos. Quando busca ajuda, a doença por vezes está em nível avançado, dificultando a melhora e contribuindo para a estatística que revela que a cada três mortes de adultos no país, duas são de homens.”

O artigo continua em suas oito páginas (necessárias para um trabalho objetivo e efetivamente esclarecedor) com a informação das principais doenças que podem ser observadas. Um dos itens apresentados é a relação dos exames mais indicados para pacientes saudáveis sem queixas específicas, além de exames físico, oftalmológico e urológico. A fonte de informação foi Dr. João Luiz Carneiro, clínico médico do Hospital Vita de Curitiba. Eis a relação:

•    Exames de laboratório: hemograma, glicemia, colesterol, triglicerídeos, HDL, enzimas TGO, Gama GT, Bilirrubinas, amilase, lípase, creatinina, uréia, sódio, potássio, parcial de urina, PSA, ácido úrico, sorologias (hepatite B e C e anti HIV), PCR, T4 livre, TSH, pesquisa de sangue oculto e parasitológico de fezes.

•    Raios-X de tórax

•    Ecocárdio

•    Teste ergométrico

•    Ecografia de abdome e próstata

•    Endoscopia digestiva alta e colonoscopia

A partir dos 60 anos é válido solicitar os mesmos exames e verificar ainda:

•    Alterações hormonais

•    Deficiências de vitaminas, como a D

•    Dosagem de PTH (hormônio paratormônio)

•    Densitometria óssea

São informações dessa natureza que precisam ser divulgadas intensamente para os homens. Quando se conscientizarem de que a prevenção é a melhor medida para a manutenção de “suas convicções de sexo forte”, terão interesse em marcar consultas e solicitar aos médicos os pedidos de exames que auxiliarão uma avaliação competente.

Todos ganharão com isso: os homens, a família, as empresas onde trabalham, as seguradoras de vida, os convênios médicos (porque exames custam menos que procedimentos de urgência e mais graves), o governo (a prevenção é mais econômica), o sistema previdenciário e a economia em geral. Perderão as funerárias e os cemitérios.

Germano Hansen Jr.

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