Falar em VIPPES faz muita gente logo pensar em doenças. Todos ficam doentes: VIPPES, crianças, jovens e gente saudável de qualquer idade. Mas também nos VIPPES as doenças são curáveis. E que mercado!!!
Uma excelente pesquisa levada a cabo pela Fundação Perseu Abramo/Sesc em 2006 com 2.136 VIPPES de 60 anos em diante, revelou na prática o que efetivamente acontece com esse pessoal. As questões foram distribuídas em grupos para menor inter-relação das respostas.
Existem muitas informações sobre as doenças que atingem as pessoas no Brasil. É até fácil encontrar dados junto aos Ministérios, principalmente o da Saúde. Entretanto, vamos apresentar algumas conclusões da pesquisa mencionada porque reflete alguns aspectos que independem de estatísticas sociais que nem sempre refletem o dia a dia das pessoas. Isso se deve ao fato da saúde pública ser muito insuficiente e péssima na maioria dos municípios brasileiros.
O atendimento médico é tão deficiente que o governo federal viu-se obrigado a “importar” médicos o que criou um tremendo debate público.
Vamos aos resultados da pesquisa:
Doenças que possui:
- 81% responderam que tem uma ou mais doenças
- 19% responderam que não tem nenhuma doença
Por aí é possível deduzir que VIPPES não é sinônimo de doença como alguns querem rotular. Em qualquer grupo etário haverá um forte predomínio da resposta positiva para doenças.
Provavelmente não superará ou igualará o índice observado para o grupo etário dos VIPPES acima de 60 anos, mas não ficará tão longe.
É importante lembrar que boa parte dos homens não procura médicos e muitos acham que nunca ficarão doentes. Em contrapartida apresentam o maior índice de mortes inesperadas por doenças anteriormente não diagnosticadas. Já com idade mais avançada, não há como disfarçar várias patologias comuns nos seres humanos.
Doenças relatadas | Mulher | Homem | Geral |
Pressão alta/hipertensão | 51 | 32 | 43 |
Problema de vista | 26 | 25 | 26 |
Dores nas costas/ de coluna | 26 | 18 | 23 |
Diabetes | 15 | 9 | 13 |
Doenças do coração/ infarto/etc | 13 | 11 | 13 |
Colesterol alto | 16 | 9 | 13 |
Artrose/ dor nas articulações | 15 | 6 | 11 |
Reumatismo | 12 | 6 | 9 |
Osteoporose/fraqueza óssea | 13 | 3 | 9 |
Problema circulação/varizes | 11 | 4 | 8 |
Cansaço/falta de ar | 9 | 5 | 8 |
Problemas no estômago | 9 | 4 | 7 |
Sistema nervoso/aflição/ansiedade | 7 | 3 | 6 |
Tonturas/ quedas com facilidade | 9 | 3 | 6 |
Problemas de memória | 7 | 4 | 6 |
Dores de cabeça constantes | 7 | 2 | 5 |
Pode-se constatar que com exceção dos “problemas de vista” que apresentam valores similares, a diferença entre homens e mulheres indica que as mulheres seriam muito mais doentes que os homens o que não é verdade. A explicação para a igualdade nos “problemas de vista” é que não dá para mentir: quem não enxerga não consegue realmente ver televisão, pegar ônibus, guiar, ler e entender avisos, etc.
Parte das doenças acima relatadas é totalmente curável, outras podem ser tratadas com grandes possibilidades de se tornarem pouco preocupantes e raras são graves ou efetivamente degenerativas sem possibilidade de recuperação.
Fica claro, portanto, que VIPPES e doenças podem conviver sem grandes convulsões e sem necessidade de soluções dramáticas e de elevado custo. Nada que um bem organizado setor de prevenção médica geriátrica não possa resolver.
A Medicina geriátrica poderá vir a ser a grande “boutique” de venda de saúde na substituição etária dos anos que já decorrem e nos demais das próximas quatro décadas.
Wolfgang K.L.