- 05 de abril de 2019

Interfórum do Idoso

0

Aconteceu na segunda-feira, dia 31 de março, mais uma reunião do Interfórum do Cidadão Idoso da cidade de São Paulo (IFCI), instância que faz a articulação entre os diversos Fóruns Regionais do Cidadão Idoso.

interforum_do_idosoOs Fóruns Regionais do Cidadão Idoso (FRCI), por sua vez, reúnem as demandas dos Vippes nos bairros. Existem 32 subprefeituras, portanto, em teoria, deveriam existir 32 FRCIs. Mas, atualmente, apenas 18 estão ativos. “O Interfórum reúne as demandas e as leva para o Grande Conselho Municipal do Idoso, que as encaminha ao Poder Executivo”, explica Elzie Maria Mariano, criadora e coordenadora do IFCI. A entidade existe desde 1996 e foi criada logo após a criação dos primeiros FRCIs, um ano antes.

A cidade de São Paulo também é dividida em cinco macrorregiões: Norte, Oeste/Centro, Sul, Sudeste e Leste. “A divisão foi feita para que cada macrorregião tivesse uma população de idosos de, mais ou menos, 380 mil”, informa Remo Vitório Querubim, representante da região Sudeste. É por isso que o Centro está junto da região Oeste e existe a região Sudeste, que engloba bairros das Zonas Sul e Leste, as duas mais populosas da cidade de São Paulo.

Nesta última reunião do IFCI a pauta foi sobre as eleições para o Grande Conselho Municipal do Idoso (GCMI), que acontecerá no dia 12 de abril. Cada macrorregião vai eleger nove conselheiros. O GCMI é elogiado pelos participantes do interfórum principalmente por duas virtudes: é formado por pessoas com mais de 60 anos e apenas essas pessoas mais velhas é que podem votar para o GCMI. Ou seja, são Vippes votando para e trabalhando com outros Vippes. Mas, ao mesmo tempo, os participantes reclamam que trabalhar com os longevos é difícil. “Muitas vezes, o idoso não quer sair de casa para vir em uma reunião”, atesta Terezinha Euzébio Vasques, representante da região Norte. No próprio interfórum só estavam presentes seis Vippes, apesar da reunião ser aberta a todos os interessados. “Mas, se falam que tem baile, o idoso atravessa a cidade”, constata Alice Toda Lucas Vidal, da região Sul.

Ou seja, para diversão, a disposição existe, mas para a participação política, ela é escassa.

Essa questão da participação foi amplamente discutida no interfórum. O brasileiro não tem a cultura de cidadão aprofundada, o que engloba os Vippes também. A divulgação é complicada. Além disso, tanto no IFCI, com nos FRCIs e no GCMI a participação é voluntária. Os Vippes não ganham nenhuma remuneração para se envolverem nesses encontros.

Alguns integrantes destacaram que o poder público poderia incentivar a ida a essas reuniões, fornecendo ônibus e lanches, já que o transporte público é precário e muitos longevos têm problemas de locomoção e diabetes. “Eu mesmo ligo, convido, mas a vinda dos idosos é difícil”, afirma Neusa Spinelli Ruas, da região Sudeste. “É preciso persistência”. E, como sói acontecer quando o assunto são os Vippes, a maioria dos participantes é de mulheres.

A baixa participação dos homens se deve a alguns fatores. A grande presença de representantes do sexo feminino, aliada a desinformação, é um deles. “Muitos acham que essas reuniões são para fazer tricô”, afirma Remo. O homem também tem a ideia de que, com a aposentadoria, agora tem que descansar. Conceito que é refutado por Remo, em face da transição etária vivida pelo Brasil. “O idoso vai ter que trabalhar e vai ter que governar porque não vai ter outro”, atesta.

As reuniões do Interfórum acontecem sempre na última segunda-feira de cada mês, na Câmara Municipal de São Paulo.

Paulo Tomazinho

Compartilhe.

Leave A Reply