- 07 de abril de 2019

Tchau, tchau velha sociedade!

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A civilização é composta por grupos que se transformam a cada momento; observa-se que o comportamento social não se congela. E o que vai acontecer agora com o envelhecimento populacional?

tchau_tchau_velha_sociedadeHouve uma época em que os “velhos ou anciãos” tinham o respeito de todos os componentes do grupo social em que viviam. Eram os indivíduos que conseguiam sobreviver a todos os desafios de um tempo em que só a audácia, a perspicácia e a vontade férrea de viver garantiam a existência.

Os velhos se tornavam então ícones e depositários dos conhecimentos que norteavam a sobrevivência de todos. Ainda hoje isso é constatado em agrupamentos étnicos menos inseridos no mundo globalizado.

Com as descobertas e as invenções que proporcionaram o intercâmbio de experiências dos mais diversos grupos e conglomerados humanos, a supremacia dos “mais velhos” foi se diluindo e diminuindo. Já não eram tão necessários porque a escrita, a imprensa e o papel espalhavam e eternizavam o conhecimento.

Continuavam a valer a audácia, a perspicácia e a vontade férrea de viver, mas a exigência maior era a vitalidade física para acompanhar o novo ritmo da sociedade. Os velhos então não podiam acompanhar essa mudança porque o comportamento biológico não evoluiu na mesma velocidade e, assim, não se proporcionava uma adaptação às novas exigências. Foram ficando dispensáveis.

Passaram a ser vistos como seres incapazes de acompanhar a evolução e até mesmo como barreira a novas conquistas. O sarcasmo, a ironia e o desrespeito passaram a ser a marca do comportamento social que marcou a idade mais avançada. Tal foi a displicência em relação a essa classe então minoritária na densidade demográfica que muitas nações tiveram que criar mecanismos legais para proteção à sua vida e para as mínimas condições de sobrevivência.

No verso, a disposição física da juventude e o potencial saudável da infância se tornaram os novos ícones da civilização.

Só que o Universo não para e a evolução continua. O homem desenvolveu as máquinas, a eletrônica, os telescópios e os artefatos que vasculham o cosmos antes de buscar a extensão da vida. As maravilhas da tecnologia, a conquista do conforto e bem estar, a ampliação de todos os horizontes faz o homem de agora pensar e agir para evitar a morte prematura. O homem quer viver mais, porém, com qualidade de vida e não com a longevidade doentia do passado.

O desenvolvimento no campo da biologia molecular nos últimos vinte anos já começa a se igualar com o avanço da física nuclear e da informática na segunda metade do século XX.

Agora é a longevidade que está no foco como daqui a alguns anos será a imortalidade.

Então é possível concluir que o comportamento social da humanidade em relação às pessoas de mais idade, os VIPPES, tem forçosamente que evoluir porque são eles que estarão compondo a mais populosa classe etária que sustentará a Economia.

O consumo de produtos de todas as naturezas e a utilização de serviços qualificados nessa então larga faixa da população serão vitais para sustentar a sociedade como um todo. E quanto mais se estender a vida mais garantida é a sobrevivência de todos.

Essa análise pode servir de bússola para todos os empreendedores que quiserem participar da nova sociedade, mas antes precisam dizer adeus para os conceitos já em demolição.

Um novo comportamento social de todos os agentes ativos da sociedade é inevitável e muito mais saudável. Na verdade já começa a vigorar em muitos grupos sociais.

Germano Hansen Jr.

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