- 07 de abril de 2019

Bebês e VIPPES

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A revisão (julho 2013) da projeção da população brasileira pelo IBGE melhorou a disponibilidade de dados demográficos etários. Um deles é a oportunidade de negócios para bebês e VIPPES.

vippes_x_dinheiroUma visão de mercado precisa ser muito objetiva e alguns parâmetros são essenciais para que não ocorram insucessos.

Definiremos então o que são crianças e o que são VIPPES.

VIPPES são as pessoas de 50 anos em diante. Crianças são os indivíduos em formação dos 0 aos 14 anos. A adolescência varia entre os 13 e os 15 anos dependendo de vários fatores genéticos e sociológicos. Bebês são as crianças de 0 a 2 anos para efeito de mercado.

A nossa análise poderia mostrar alguns pontos a ponderar sobre como vai ser o país nos próximos anos no que diz respeito ao perfil etário. Esse perfil vai provocar mudanças em todas as atividades e influir decisivamente no comportamento social individual e coletivo. Isso se dará porque as alterações são significativas e muito visíveis. Não há como disfarçá-las ainda que se desejasse.

Uma das imagens que mais se observa em peças promocionais e anúncios de dezenas de produtos é a de idosos com bebês como exemplo do encontro de gerações extremas.

Segue uma tabela com alguns dados muito interessantes sobre essa relação intergeracional.

Ano    Crianças0 a 2 anos % emrelação idosos % s/total população Idosos de 80anos ou mais % em relaçãocrianças % s/total população

2000

10.397.989

85,44

6,0

1.772.466

14,56

1,02

2010

9.359.536

77,75

4,79

2.677.876

22,25

1,37

2013

8.967.263

74,69

4,46

3.039.094

25,31

1,51

2020

8.214.342

66,54

3,87

4.131.551

33,46

1,95

2030

7.357.995

52,97

3,30

6.533.763

47,03

2,93

2040

6.689.108

38,65

2,93

10.618.421

61,35

4,65

2050

5.925.245

28,30

2,62

15.010.245

71,70

6,63

2060

5.305.873

21,73

2,43

19.111.509

78,27

8,76

Considerando apenas os dados referentes ao período de 2010 a 2013 – treze anos – a população de bebês caiu 26% enquanto a de idosos de 80 anos em diante aumentou 48% na participação etária do total do país. Em outras palavras, a população de bebês diminuiu um quarto em números absolutos enquanto a de idosos de 80 anos em diante praticamente dobrou.

Em 2000, em um passeio víamos seis crianças e um idoso de 80 anos em diante. Hoje, 2013, fazendo o mesmo passeio estaremos vendo três crianças e um idoso de 80 anos em diante.

Como isso pode afetar os bebês? Como eles vão formar a ideia do mundo adulto?

E os idosos de 80 anos em diante? Antes olhavam em sua volta e encontravam meia dúzia de bebês sorrindo e hoje – apenas treze anos depois – tornaram-se só três como se o dobro tivesse sido uma ilusão do passado.

Essas perspectivas que estão mudando muito rapidamente a sociedade exercem efeito visceral no comportamento social e esse efeito cresce à medida que cada grupo etário vai percebendo a transição.

A influência nos negócios é indiscutível.

Imaginemos apenas como exercício de mercado, considerar um produto como fraldas descartáveis de uso comum e necessário em bebês e bastante usado em pessoas que passam dos 80 anos.

Pela tabela acima, de 2000 para 2013, os produtores de fraldas para bebê perderam (linguagem de marketing) 1,4 milhões de consumidores. Em compensação, o mercado de VIPPES de 80 anos e mais, teve um acréscimo de 1,3 milhões de potenciais usuários.

Em 2014 o saldo da compensação será quase zero.

Um bom trabalho de mercado pode manter a atividade econômica das empresas que “perdem” os consumidores, transferindo ou adaptando-as ao novo mercado em franco crescimento. Não se trata de mercado futuro (vai ser cada vez maior), mas de mercado imediato, de agora.

Comidas para bebês, chupetas, carrinhos de bebê, sapatinhos, berços, produtos higiênicos e tudo o mais que compõe o mundo dos bebês se torna a cada dia menor – exatos 330 bebês a menos por dia de 1º de julho de 2013 a 1º de julho de 2014. E no outro extremo, diariamente nesse mesmo período, somam-se 358 VIPPES de 80 anos em diante ao novo mercado etário.

Tudo isso sob um novo comportamento social inexorável.

Germano Hansen Jr.

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