É comum a criação de entidades para VIPPES com direcionamento assistencial. Entende-se que existam VIPPES que necessitam de auxílio público para sobrevivência, mas todos os VIPPES gostariam de ser produtivos.
Qual é a dificuldade maior para que os VIPPES possam exercer atividades produtivas?
Comportamento da sociedade!
Pode parecer estranho atribuir um comportamento castrador de uma classe etária à sociedade como um todo, mas é o que efetivamente acontece.
As pessoas com mais idade tornam-se desacreditadas como realmente úteis e ativas no mercado de trabalho e, assim, são segregadas da sociedade produtiva. Isso é comportamento porque as estatísticas e os fatos não confirmam esta avaliação desabonadora.
No meio do ano de 2012, mais de 38,6 milhões de pessoas estão contadas com idades a partir de 50 anos e quer se queira aceitar ou não, os VIPPES que continuam trabalhando passam de oito milhões.
Como se pode solidificar a impressão de que VIPPES são “aposentados aguardando a hora da morte”?
É fácil entender como esta ideia errada se desenvolve: a maioria dos programas de televisão, de cinema, revistas, Internet e a mídia em geral retratam os VIPPES como pessoas de perspectiva terminal e sempre estão nas praças públicas, nos bancos de jardins, nos bailes da saudade, nos asilos e casas de repouso.
Curioso é que boa parte dos “jornalistas” que fazem as matérias, trabalham para seus superiores com o dobro ou triplo da idade.
É preciso mudar o comportamento da sociedade para que reconheçam nos VIPPES o seu próprio futuro produtivo, pois do contrário ninguém vai conseguir tranquilidade social: não haverá quem trabalhe o tanto quanto o mundo vai precisar. E a mídia é a primeira que precisa se reciclar, se atualizar e largar mão de continuar insistindo em repetir situações que cada vez mais divergem da nova realidade.
Germano Hansen Jr.
