- 03 de abril de 2019

Viajando… lucrando…

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vippestur_a_nova_ondaDepois de ser obrigada a se aposentar por invalidez devido a um problema de audição, a ex-tecelã Thereza Ramos Queda, 68, descobriu uma vocação para organizar roteiros turísticos e assessorar pessoas. Com um investimento inicial de R$ 10 mil, em 2000, ela abriu a agência de turismo Cinthe-tur e começou a criar pacotes de viagens para o público com mais de 50 anos, os VIPPES.

Hoje, a empresa oferece pacotes com destinos nacionais e internacionais, como, por exemplo, um fim de semana em Campos do Jordão (181 km a nordeste de São Paulo) ou a região de Provence, no sul da França. A agência também trabalha com passeios para teatro, por exemplo, e excursões de um dia para Holambra (133 km a nordeste de São Paulo) e São Roque (66 km a oeste de São Paulo).

Segundo a Abav (Associação Brasileira das Agências de Viagens), os VIPPES representam 15% da carteira ativa das agência de viagens – pessoas que viajam com frequência. Entre os destinos mais procurados estão Buenos Aires (Argentina), Lisboa (Portugal), Serra Gaúcha (RS), Natal (RN) e Recife (PE).

De acordo com especialistas, os negócios para os VIPPES estão em alta. Estudos mostram que até 2050 teremos mais de 98 milhões de VIPPES.

Excursões para amigos e parentes motivou negócio

De acordo com Queda, o gosto por viagens começou quando ela passou a organizar excursões para amigos e parentes para cidades próximas à capital de São Paulo.
Na década de 80, ela descobriu o nicho dos longevos ao observar que VIPPES (principalmente aposentados e viúvos) viajavam separados e solitários.

“Comecei a reunir essas pessoas em passeios e shows e o boca a boca ajudou a divulgar a minha proposta”, afirma ela.
Junto com a filha Cintia, 40, Queda resolveu criar a agência em 2000. Para atrair esses clientes, que representam 60% das vendas da agência, ela priorizou o atendimento personalizado.

A empresa providencia a emissão do visto de viagem, o transporte do cliente durante toda a viagem, além de um guia que fala português. “Esses dois itens – deslocamento e idioma – são muito importantes porque esses clientes precisam de mais tempo para conhecer os lugares e de uma pessoa que fale sua língua”.

Cliente exige atendimento paciente e exclusivo

Quem deseja trabalhar com o público VIPPES deve saber que ele quer fazer suas atividades com calma e exige mais a atenção do vendedor ou do prestador de serviço. Ele não tem pressa na hora de comprar e vai ouvir tudo o que a pessoa que está vendendo tem a dizer. Por isso, é importante que o empreendedor tenha um perfil mais sociável, pois precisará dar toda a atenção a esse cliente.
E vale lembrar que, ao contrário dos jovens, que passam a maior parte do tempo tentando ganhar dinheiro para construir uma família, em condições ideais de temperatura e pressão, vovôs e vovós não têm mais tantas responsabilidades e, com saúde e um bom pé de meia, podem dedicar tempo a outras atividades prazerosas, como, por exemplo, viajar. Vambora!

Mona C. Cury

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