Muitas famílias já começam a sentir falta de profissionais competentes para cuidar de seus VIPPES. Não é o caso de abandono ou ausência de amor e dedicação, mas sim de impossibilidades efetivas.
São muitos os casos que chegam ao conhecimento do autor, portanto não se trata de impressão ou conversa para dormir.
Alguns casos são de viúvas, separadas ou divorciadas que ficaram sós e repentinamente um acidente vascular, ósseo ou de natureza psíquica acaba com a possibilidade da vida autônoma. Terão, querendo ou não, de morar na casa de uma filha ou filho na maioria dos casos ou de outros parentes. Se não houver solução familiar restará um asilo ou instituição de longa permanência de idosos, a ILPI. Para VIPPES com boa situação econômico-financeira também há a alternativa de um flat ou hotel-residência, mas neste caso também haverá necessidade de companhia dia e noite.
Voltando à situação de morar com parentes, as dificuldades podem ser de várias causas:
– Os familiares trabalham fora ou viajam a trabalho com certa freqüência;
– Os familiares têm crianças ou deficientes, o que sobrecarregaria uma situação já complicada;
– Os familiares também são VIPPES e não reúnem condições físicas para cuidar de outros VIPPES;
– A moradia não é adequada para hospedar VIPPES (escadas, espaço pequeno, dificuldade para movimento de cadeira de rodas, etc.);
– ausência de qualquer afinidade;
– dificuldades de comunicação (linguagem de sinais, deficiências físicas);
– Doença grave em um dos familiares;
Esses motivos às vezes se somam e tornam impraticável a manutenção do idoso mesmo com boa vontade.
Algumas das barreiras podem ser resolvidas com a contratação de profissionais competentes para cuidar do idoso, pelo menos durante o dia. Em certos casos nem existe acomodação suficiente para um acompanhante passar a noite.
Havendo então a possibilidade da contratação de alguém para passar o dia com o idoso, como ela acontecerá?
Pronto! O problema está lançado.
Atualmente há uma grande dificuldade em saber como contratar, aonde ir, o que dizer, quem contratar e todas as demais implicações de colocar alguém para cuidar de um ente querido sem que haja um sentimento de culpa ou de fuga e também que se possa arcar financeiramente com as despesas.
O mercado para atender esse tipo de necessidade é principiante e poucas organizações surgem com experiência e histórico de resultados de qualidade. Algumas tentativas feitas por algumas famílias resultaram em decepção porque a maior preocupação das “empresas especializadas” era apresentar e discutir as cláusulas administrativas dos contratos de terceirização.
Há um campo enorme sem cultivo. Empreendedores que souberem entender o espírito das famílias que precisam contratar alguém para cuidar de familiares idosos conquistarão não apenas muitos contratos, mas também o respeito de clientes que logo serão VIPPES também.
Torquato Morelli
