A longevidade pode ser administrada com a ajuda da poderosa informática. Há falta de programas “inteligentes” no mercado de softwares, o que é incompatível com as novas tendências etárias.
Ainda circulam em todo o País as “carteiras de vacinação” e as “carteiras de saúde”. Simples impressos com anotações essenciais para avaliação das condições de vida de seus destinatários.
Também há cartões de agendamento de exames, tratamentos e consultas médicas ou paramédicas.
A maioria ou quase totalidade desses “documentos” denota ausência de maior preocupação com a sua utilização por parte dos emissores. Por outro lado, os destinatários acabam não dando o valor devido às informações neles contida.
Resultado da “displicência” ou “negligência” é a perda contínua de dados com importância insubstituível para o futuro.
Quando a esperança de vida não alcançava 45 anos no começo do século passado e não havia sistemas de saúde ou de controle, o volume de dados era insignificante e, portanto, pouco útil para eventual necessidade posterior.
Mas atualmente a longevidade se tornou a maior prova da capacidade humana de superar o tempo e a morte. Quem nasce agora sabe que poderá viver quase o dobro do que seus avôs tinham como referência.
A tecnologia proporciona o acompanhamento do ser humano desde o nascimento até o suspiro final, passando pelas mais perigosas, desagradáveis e insidiosas doenças e problemas de sobrevivência.
Os sistemas de saúde públicos e particulares, bem como as seguradoras de saúde, possuem programas que administram e controlam o que acontece com seus cadastrados e acabam se tornando depositários de informações essenciais. Entretanto, os clientes ou pacientes atendidos não contam com softwares que permitam compartilhar as informações.
É preciso criar imediatamente uma norma legal que torne obrigatória a transferência de dados para os envolvidos.
Um cadastro pessoal unificado deveria estar de posse de todos. A informática está disseminada em todas as camadas da população e quem não tem equipamento próprio utiliza as “lan houses”.
O ideal seria que o programa fizesse parte do sistema operacional de cada equipamento comercializado.
A “nuvem” poderia guardar as informações de todos e em caso de necessidade, haveria facilidade em acesso.
Em lugar de carteira de saúde, carteira de vacinação, agenda de consultas ou de exames, o cadastro pessoal de saúde seria o “documento” legal. Haveria uma economia de papel, formulários, arquivos monumentais.
O mundo dos VIPPES terá que ser programado a partir do nascimento para que a longevidade não seja eventual, mas sim planejada e controlada em suas origens.
Poderá ser o maior de todos os benefícios que a informática proporcionará à sociedade.
F. Aristóteles Filho