- 07 de abril de 2019

VIPPES avançam!

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Que o mundo envelhece rapidamente ninguém tem mais dúvida. Isso porque a taxa de fecundidade caiu, logo a da natalidade também e a esperança de vida aumentou. E a conscientização desse fenômeno?

Abaixo está um quadro elaborado e publicado pela ONU – Organização das Nações Unidas – com acréscimo dos números brasileiros e da população total de cada País. A edição reflete dados de 2011. As observações são do Portal VIPPES Negócios.

Países

População total

60 anos e mais   % 65 e mais% 80 e mais%

China

1.354.040.000

12,3

8,2

1,4

Índia

1.210.563.000

7,6

4,9

0,7

Brasil

201.032.000

10,3

7,0

1,4

Nigéria

170.901.000

5,0

3,2

1,1

México

117.409.000

9,0

6,3

1,3

Etiópia

90.873.000

5,2

3,3

0,4

Egito

80.335.000

8,0

5,0

0,7

Moçambique

22.948.000

5,1

3,3

0,4

Finlândia

5.244.000

24,8

17,2

4,7

Macedônia

2.061.000

16,7

11,8

2,1

Observa-se que na Finlândia e Macedônia é avassaladora a participação dos VIPPES de 60 anos em diante na composição etária. Entretanto, a população total dos dois países somada é menor que a metade da população da cidade de São Paulo. Não servirá de muito qualquer modelo que utilizem para a administração do envelhecimento.

Já o México (11º país mais populoso no planeta) apresenta um perfil etário mais parecido com o brasileiro, mas a sua população total é pouco mais de 50% da brasileira. Mesmo somando-se as populações do México e da Nigéria (7° país mais populoso) que chega a praticamente 300 milhões de pessoas, os VIPPES brasileiros de 60 anos em diante formam um contingente absoluto maior que os VIPPES de mesma faixa etária daqueles dois países somados.

Melhor para comparação seria a China e a Índia com populações gigantescas e que já adotaram drásticas medidas coercitivas para evitar uma explosão populacional. No caso da China até já se abriu ao final de 2013 uma brecha no controle da natalidade para evitar uma preocupante redução populacional na segunda metade deste século.

A China que apresenta participação da população de VIPPES de 60 anos em diante maior que no Brasil já trata do assunto de maneira intensiva e responsável.

Reproduzimos abaixo o texto do relatório sobre a população mundial 2011, referente ao aspecto etário na China:vippesavancam1“Em reunião informal de especialistas em população realizada na Universidade Renmim, em Beijing, na qual foram discutidos mudanças na demografia, desenvolvimento e meio ambiente na China, o gerontólogo Jiang e outros afirmaram que sua especialidade repentinamente se transformou em matéria popular junto aos estudantes, que antes nunca se interessaram por ela. “A gerontologia é um campo novo”, disse um deles. As pessoas estão prestando atenção ao envelhecimento, mesmo em suas próprias famílias. Sentem “a necessidade de saber mais sobre como cuidar dos idosos, mantê-los saudáveis e ensinar-lhes bons hábitos de vida.”

Destaca-se claramente que os chineses estão desenvolvendo uma nova cultura sobre as mudanças demográficas e os estudantes são alvo do esforço educacional de conscientização que parece estar dando certo. Vale a pena ler um pouco mais:

“Jiang Xiangqun é gerontólogo e professor de população da Universidade de Renmin, em Beijing. Ele e seus colegas estimam que 98% dos idosos chineses permanecem em seus lares, ou estão tentando fazê-lo. Muitos – possivelmente cerca de 70% deles em Beijing, muito menos nas áreas rurais – estão naqueles “ninhos vazios”, porque seus filhos se mudaram para longe para trabalhar ou para começar suas próprias famílias em domicílios unigeracionais. Os demógrafos chineses apontam que a política do governo é manter as pessoas em casa, na velhice, porque isto é o que elas querem – e que isto também reduzirá os custos de construção de novas acomodações e da prestação de serviços adicionais.

Em recente trabalho acadêmico que escreveu com Yang Qingfang, que ensina na Escola de Estudos Continuados da universidade – Review and Analysis of China’ Population Ageing and the Situation of the Elderly (Revisão e Análise do Envelhecimento da População Chinesa e a Situação dos Idosos) –, o professor Jiang enfatizou a tese de que a China está envelhecendo antes de ficar rica, diferentemente do que acontece nos países altamente desenvolvidos, onde foi possível dispor de maiores recursos e maior intervalo de tempo para se atender à transição do envelhecimento da população. Quando os países desenvolvidos entraram em um período de significativo envelhecimento da população argumenta Jiang, já dispunham de uma renda per capita muito mais elevada.

Em meados do século XXI, quando se aproximar o pico do envelhecimento populacional, o desenvolvimento econômico chinês somente poderá alcançar o nível de países moderadamente desenvolvidos, escreveram os autores em seu trabalho. Se um maior número de idosos estiver vivendo sozinho e buscando ajuda fora de suas famílias, “isto acarretará em maiores encargos para a previdência, atendimento médico e serviços sociais para a terceira idade.”

Na China, o percentual de idosos na população nacional aumenta constante e rapidamente. Isto é resultado da combinação entre baixas taxas de fecundidade, resultantes da política de planejamento familiar que limitou a maior parte das famílias a um filho, e uma vida mais saudável e longa que aumentou o número de idosos. Quando a China começou a divulgar os números de seu censo de 2010, em abril de 2011, o governo apontou que o segmento da população acima de 60 anos tinha aumentado em 13,3%, cerca de 3 pontos percentuais a mais que aquele registrado no censo de 2000”.

No Brasil, no mesmo período, a população de 60 anos em diante aumentou 37,7%.

Com certeza logo, logo, o Brasil terá proporcionalmente mais VIPPES que a China, pois a velocidade de nosso envelhecimento é maior.

Há muito que fazer educacionalmente para a conscientização da sociedade antes que seja tarde demais.

G. Hansen Jr.

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