- 03 de abril de 2019

Estilo de vida

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Foto: ReproduçãoA população acima de 50 anos – os VIPPES – necessita de novas soluções baseadas em suas necessidades especificas, características e estilo de vida, trazendo consigo, também, uma reformulação de conceitos e posturas.

Um dos aspectos importantes sobre esta parcela da população refere-se aos artefatos que auxiliam na locomoção, no equilíbrio e na segurança, como as bengalas, andadores, muletas e cadeiras de rodas. Estes são geralmente vistos pelas pessoas apenas como objetos funcionais e sem valor sentimental. Porém é possível mudar essa perspectiva, como a exemplo de John Hockenberry, um jornalista que sofreu um acidente de carro e ficou paraplégico, fazendo então uso de uma cadeira de rodas.

Ele não se abalava com isso, mas a mensagem transmitida aos outros era de tragédia, de medo e infelicidade, sendo possível observar determinado pensamento na forma como as pessoas olhavam para ele: com um olhar de constrangimento, de pena. Mas tudo mudou quando sua filha de seis anos viu em um catálogo, luzes para rodas de bicicletas.

Imediatamente ela pediu para que John as comprasse e colocasse em sua cadeira de rodas. Ele querendo agradar sua pequena filha as colocou e afirma que isso transformou o modo como as pessoas o notam. Agora elas o olham, apontam e sorriem, pois consideram aquilo divertido. Algumas chegam para ele e falam como as rodas são legais e perguntam onde podem comprar iguais. As crianças que antes eram repreendidas pelos seus pais por estarem olhando para John, agora pedem para dar uma volta.

A diferença com esse novo elemento, é que ele não passa mais a ideia de vítima ou doente. As pessoas notam e respondem diferente quando você resolve tomar controle da situação, do que você quer passar. Hoje não basta mais projetar soluções que respondam apenas questões funcionais e estéticas. Deve-se haver a preocupação de desenvolver novos significados que transmitam a realidade e a condição daquele usuário, fazendo com que quem esteja a sua volta perceba como aquele artefato é parte da vida do indivíduo, da sua identidade. A busca pela autoexpressão e pela identidade se tornou universal, não sendo mais exclusivo a uma categoria social.

Mona C. Cury

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