- 07 de abril de 2019

Explosão dos VIPPES

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A matemática é aceita como um instrumento incapaz de opinar e sim de registrar através de números, os fatos. A diferença no volume total da população brasileira de 2014 para 2015 é 1.682.087 pessoas a mais. A matemática informa que em relação ao período anterior (2014/2013) a expansão do crescimento da população total diminui 3,1% (53.761 pessoas a menos) enquanto a quantidade de VIPPES (50 anos em diante) aumenta de 43.915.963 para 45.427.841, ou seja, 3,4%%.

Essa constatação se torna ainda mais importante quando se observa a tendência para as próximas décadas.

Selecionamos alguns períodos à frente que permitem conclusões corretas sobre a questão da longevidade no Brasil. A situação é tão complexa que a criação de um Ministério da Transição Populacional é recomendável como uma das medidas estratégicas de Estado para administrar as consequências do inédito mapa demográfico.
Apesar de todo o otimismo para enxergar a longevidade como um fator positivo e desejado, a logística para atender a nova composição etária é o maior desafio da Nação em toda a sua história.

A mídia e o Estado não estão cuidando do assunto como seria necessário para evitar o caos econômico e social. Não se trata de afirmação para efeito dramático, mas um alerta sobre a nova realidade que já é inevitável.

Vejamos a radiografia da realidade demográfica etária no quadro resumo abaixo. O quadro mostra a alteração de 2015 até 2019, sendo que nesse último período (2019/2018) e, pela primeira vez na história do País, o aumento do número de VIPPES é superior ao do aumento da população geral. O quadro apresenta também a situação daqui a dez anos, bem como nas mudanças de décadas e no período histórico da ocorrência da antes impensável redução populacional brasileira.

PortalVIPPES
(Fonte: IBGE – Projeção da População do Brasil por Sexo e Idade 2000/2060 – Revisão 2013).

Com o aumento porcentual maior de VIPPES em relação ao aumento da população geral, comprova-se a explosão dessa classe etária. Em termos de planejamento de mercado para bens e serviços e todas as atividades da sociedade, a classe etária que “dará as cartas” é a dos VIPPES.

Tudo está acontecendo agora! O futuro não é incerto na demografia etária, pelo contrário, já está determinado. O formidável contingente de VIPPES que em 2060 será de 103.885.394 pessoas já está definido. Todos já nasceram desde 2010. Assim, só há três modos de mudar a situação:

1 – conseguir promover um aumento espetacular nas taxas de fecundidade/natalidade;

2 – incentivar a imigração de crianças e jovens de todos os países do mundo (o Brasil tem mais de duzentos milhões de habitantes);

3 – criar um incentivo excepcional para o suicídio assistido para todos os VIPPES de mais de 60 anos.

Nenhuma das três medidas é de simples execução, além dos aspectos éticos e morais.
Assim, a melhor alternativa é o estudo e planejamento de uma estratégia nacional para enfrentar o desafio. A longevidade, convenientemente administrada, poderá ser uma alavanca de oportunidades para todos: VIPPES e não VIPPES.
As providências, porém, não podem demorar mais. Já está ficando tarde!

G. Hansen Jr.

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