- 06 de abril de 2019

Crise da água

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crise da aguaNinguém pode viver sem água. Da mesma forma que o ar, a água é vital. A crise atual não significa que muita gente vá morrer de sede. Entre outras soluções, poços artesianos e gigantescos mananciais no subsolo, tais como o Aquífero Guarani evitarão que aconteça aqui o que se registra ocasionalmente em outras regiões do País e em todo o mundo.

Mas além de “matar a sede”, a água é o solvente universal que proporciona a limpeza adequada pessoal e ambiental. A falta de água, nesse caso, pode significar a proliferação de inúmeras doenças e insuportável sujeira e mau cheiro. Esse é um cenário especialmente danoso para VIPPES, principalmente aqueles de idade mais avançada.
Mais de quarenta e quatro milhões de VIPPES (a maioria no Sul/Sudeste) precisam de higiene para manter suas expectativas de longa vida; mais do que medicamentos e alimentação rica.

É evidente que todos precisam de água. A diferença é que os mais jovens podem ir atrás da água onde ela existe e boa parte dos VIPPES não apresenta condições de locomoção e saúde para exaustivas jornadas.

Exemplo observado na segunda semana de janeiro/2015 na cidade de São Paulo:
Uma senhora de mais de setenta anos, de classe média alta, direcionava um empregado de um grande hipermercado na Av. Brigadeiro Luiz Antônio, na condução de um carrinho de compras abarrotado de garrafas de água mineral. Perguntada sobre a quantidade de garrafas, respondeu enquanto descansava apoiada em uma linda bengala:
– “Está faltando água nos Jardins. Não se encontra mais água mineral em nenhum lugar naquela região. E não é todo dia que eu estou em condições de sair para procurar água”.
O empregado do hipermercado encheu o porta-malas do Corolla novo com o precioso produto e a senhora assumiu o volante. Ainda comentou quando dirigia:
– “Minha mãe vai ficar feliz com toda essa água”.
Parece inacreditável! Mas na terceira semana de janeiro/2015 registramos o seguinte diálogo entre um entregador de água residencial e um cliente:
– “Agora está bom para você vender água, hein? Esse calor deve aumentar muito o consumo”.
-“É verdade, mas pior é não conseguir atender a todos os pedidos. E quando chego a um prédio para entregar um galão de vinte litros, aparecem dois ou três moradores que querem comprar os outros galões na Kombi. Eu só vou poder ficar com clientes fixos e ser durão com os demais, geralmente pessoas de mais idade”.

Aí está o relato de uma situação muito preocupante e que está afligindo milhares de moradores em todo o País. E são os VIPPES de todas as idades e condições sociais que sofrem mais com a falta da água.

Tudo se encaminha para uma possibilidade de calamidade pública. Será que dá para amenizar o impacto e tentar evitar o maior desperdício de vidas no grupo que mais se amplia no País, o dos VIPPES?

G. Hansen Jr.

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