- 07 de abril de 2019

Cosméticos: é ganho certo

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Foto: Reprodução… perfumes, que deve chegar a R$ 50 bilhões em 2015. Cada vez mais representativos no País, os VIPPES compram itens de beleza com vigor. Não à toa, a estimativa da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) é de que o consumo desses itens quase dobre até 2015, passando dos R$ 27,3 bilhões de 2010 para R$ 50 bilhões. O investimento anual das empresas deverá aumentar numa proporção ainda maior em igual período: de R$ 9,3 bilhões para R$ 20 bilhões. A revolução é tamanha que o Brasil está prestes a superar o Japão e se tornar o segundo no ranking mundial de perfumaria e cosméticos, atrás apenas dos Estados Unidos.

Euforia
Motivos para euforia não faltam. Com o envelhecimento acelerado da população, esse mercado bilionário está na corrida para se adaptar ao público dos VIPPES, que, em 2050, chegará a 58 milhões de pessoas, muito mais que os atuais 45 milhões. Dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) mostram ainda que 92% das mulheres na terceira idade consomem cosméticos e 57% compram produtos de maquiagem.

Diante de sinais tão claros e do aumento da competitividade, os empresários já entenderam que um dos caminhos mais eficientes para o sucesso nesse ramo é atender a demanda de públicos específicos e, por isso,

A Natura, que já havia criado há 19 anos o antissinais Chronos 60, lançou em 2011 a linha VôVó, com itens como colônia, sabonete líquido, hidratante e creme de massagem. O mote é resgatar o relacionamento entre avôs e netos. Tanto que foi elaborado um álbum de memórias para que eles relembrem histórias e montem sua árvore genealógica.

A ascensão de 40 milhões de brasileiros à classe média nos últimos 10 anos, muitos deles, VIPPES, também contribuiu para alavancar as vendas no setor. Não por acaso, a Natura planeja ampliar o portfólio de itens para esse público nos próximos anos. São pessoas que estão ávidas por experimentar produtos aos quais elas não tinham acesso. Elas querem viver mais e com qualidade de vida.

Há uma década, as pessoas começavam a se preocupar com a pele aos 30 anos, hoje, esses cuidados começam aos 16. Num passado recente, a população pegava sol sem protetor e não mensurava o efeito desse tipo de exposição. Agora, ela sabe que vai viver mais e quer esticar a juventude, com óleos e produtos de hidratação. Os projetos de expansão nesse mercado são aplaudidos por consumidores

Fidelidade
Tanta preocupação com a aparência está fazendocom que as as empresas lancem produtos específicos para o segmento. Números fazem os centros de estéticas sorrir: viram a proporção de idosos saltar de 15% para 30% do total de clientes desde 2004. Eles fazem de tudo: massagem, tratamento facial e terapêutico. Diferentemente dos jovens, quem tem mais de 50 anos é fiel. Os mais novos fazem tratamentos ao se preparar para as férias ou o carnaval. Os VIPPES entram e permanecem. Eles não procuram só beleza, mas qualidade de vida. Em muitos casos, há indicação médica para garantir melhoria na circulação, redução do estresse e das dores localizadas. Os VIPPES querem um atendimento personalizado. Procuram cuidado, atenção e reconhecimento.
Então, se o envelhecimento da população preocupa o governo, diante do inevitável aumento dos gastos com benefícios sociais, para o setor privado, a situação demográfica do País tornou-se uma inestimável fonte de lucro. As empresas que oferecem produtos e serviços para pessoas com mais de 50 anos, os VIPPES, têm passado à margem da estagnação econômica vivida pelo Brasil.

Mona C. Cury

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